sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

11 - Conversas matinais

 


Teresa esperava por mim na cafetaria onde marcámos. Ela me recebeu com um sorriso simpático e um abraço amigável.



- Nem acredito que você aceitou. - ela disse empolgada e sentamos numa mesa.

- Claro que aceitei, não tenho muitos amigos então é sempre bom ter alguém para conversar.

- Você não é daqui? - perguntou curiosa.

- Sou sim, mas não tive uma adolescência muito boa.

- Então que bom que nos esbarramos, eu também não conheço ninguém daqui.

- Você é de onde? - perguntei.

- Eu nasci no Rio mas vivi os últimos anos no Canadá.




O garçon veio levantar os pedidos e enquanto esperávamos conversamos sobre coisas gerais sem entrar na intimidade. Mas quando o nosso café e os biscoitos de canela chegaram, Teresa puxou assunto.




- Você trabalha, Alexa?

- Aham, sou assistente na área musical.

- Mas você trabalha com algum artista? - assenti - Isso deve ser incrível, quem é?

- Luan Santana. - contei, não via problema em dizer com quem trabalhava, Teresa morou fora durante alguns anos nem deve saber muito bem quem ele é.

- Luan Santana? - asssenti - Esse nome não me é estranho. - semicerrei o olhar para ela esperando ela lembrar - Ah, já sei, a minha priminha é fã dele.

- Sério? Quantos anos ela tem?´

- Acho que uns 14.

- Que legal, talvez eu consiga alguma coisa para ela.

- Nossa, ela iria pirar, obrigada.

- E você trabalha? - devolvi a questão.

- Só a meio tempo numa loja de lingerie. Mas me conta, você mora no Alphaville?

- É, moro na casa do Luan, ele está me ajudando. - ela me olhou surpresa.

- E não rola nada? Até onde sei ele é muito gato, você consegue resistir?

- A gente é amigo. - com benefícios, completei em pensamento.

- Mas não rola química?

- Até agora não. - sorri fraco e bebi um gole do café. Ela assentiu e repetiu a minha ação.



A conversa fluiu naturalmente, afinal quando duas mulheres se juntam há sempre conversa.



- Vamos marcar mais coisas Alexa, amei a sua companhia.

- Claro, vou adorar. - me despedi dela e fui para casa de táxi.



Desta vez, Luan não me impediu de sair sozinha, acho que ele já confiava mais em mim e acreditava que o meu irmão não iria voltar para me atormentar, por enquanto. Entrei em casa e me deparei com uma bagunça na sala. Luan estava acompanhado de três amigos. Eles bebiam tereré, enquanto tocavam violão e cantavam, algumas folhas também estavam espalhadas pelo espaço e deduzi que estivessem compondo.

Quando me viram ficaram me encarando curiosos. Luan piscou o olho para mim e deu dois tapinhas no sofá ao seu lado. Caminhei até lá e me sentei.



- Esta é a Alexa, galera. - me apresentou - É o Marquinhos, o Douglas e o Marco.

- É um prazer conhecer a famosa Alexa. - Marquinhos disse com um sorriso enorme, ele parecia tão fofo.

- Verdade, o Luan fala muito de você. - Douglas falou.

- Até imagino as coisas que ele fala de mim. - brinquei e Luan cerrou o olhar para mim - Ele me odeia.

- Odeio mesmo. - ele disse sério - Você me tira do sério.

- Hum, que bom saber que o meu objetivo tem sido cumprido. - brinquei e todos riram, mas Luan me apertou contra ele e beijou o meu ombro. - É um prazer conhecer vocês.

- Como foi com a sua amiga? - Luan perguntou curioso.

- Bom, ela é legal, tem uma prima que é sua fã.

- Hum, vou mandar um DVD novo pra ela então. - sorri agradecida. - A Elisa está preparando o jantar, a minha irmã e os gémeos vêm pra cá.

- Legal  vai ser bom ter mais gente no jantar, porque confesso que enjoei de só olhar para a sua cara dia após dia. - brinquei e Luan me olhou feio enquanto os seus amigos riam.

- Parece que alguém quer outro castigo. - me sussurrou e fiquei séria na hora, eu não queria mais uma noite intensa daquelas, ou talvez até quero.

- Cuidado para o feitiço não virar contra o feiticeiro. - sussurrei de volta e Luan riu fraco achando graça ao meu aviso.

- Iria adorar. - sorriu de canto e desviou o rosto em seguida não me deixando rebater.




***



Os amigos de Luan dormiriam aqui em casa durante os dias que ficassem em Sampa, mas como o jantar durou até tarde, a Bruna e os gémeos também ficaram. Lembrei que tinha que discutir algumas coisas da agenda com Luan. Ainda era cedo, desci até à cozinha e preparei um café para dois, colocando tudo num tabuleiro.

Com bastante dificuldade consegui abrir a porta do quarto de Luan e entrar. Ele ainda dormia tranquilo. Tive dó de o acordar mas ao mesmo tempo eu queria irritá-lo, a sua carinha de anjinho estava irresistível e eu tinha de fazer algo para trazer a carinha de diabinho ao de cima. Coloquei o tabuleiro no cadeirão e subi para cima da cama. Afastei a coberta que o cobria até ao pescoço e me deparei com o seu corpo exposto, apenas estava de cueca.

Comecei a fazer cócegas no seu peito e pescoço, Luan se contorcia um pouco, mas não era suficiente para o acordar. Comecei a beijar e a morder todo o seu peitoral e me perdi no caminho esquecendo completamente do que estava fazendo.




- Hum, mais pra baixo. - Luan murmurou e o encarei vendo que os seus olhos continuavam fechados.

- Luan, você está acordado? - indaguei mas a resposta não veio.




Dei de ombros e continuei trilhando beijos até à barra da sua cueca. Até que senti uma mão em meus cabelos.




- Você vai continuar ou só me quer provocar? - perguntou com os olhos bem abertos.

- Você estava acordado né? Seu rídiculo. - bati em sua cintura.

- Desde quando você chegou. - riu e me puxou para cima dele - Mas sabe que adorei ser acordado assim? Você poderia repetir todas as manhãs mas terminar o serviço.

- Espera sentado. - fiz força para me deitar a seu lado, mas Luan foi mais forte e me beijou.

- Bom dia.

- Bom dia. - respondi.

- O que te traz até aqui tão cedo assim?

- Temos de resolver uma questões da agenda.

- Você está brincando? Me acordou para isso? - assenti e ele bufou me tirando de cima dele - Eu estou com sono ainda, me deixa dormir.

- Deixa de ser ogro e vamos resolver isso agora. - me sentei - O Rober me pediu, algumas coisas têm a ver com a tarde de hoje.

- Eu estou de folga. - rebateu bravo.

- Mas não é a tempo inteiro, há entrevistas que você tem de fazer sobre o DVD, os próximos shows...

- Ok, vamos resolver isso logo, para depois você me recompensar com uma manhã de sexo. - se virou rapidamente para mim.

- Iludido. - zoei e ele beliscou a minha perna.

- Vai me negar? - me fuzilou.

- Vou, não posso?

- Você está naqueles dias? - segurou a risada.

- Não, não estou. Apenas não te darei esse gostinho.

- E se eu fizer algo diferente com você?

- Diferente? - questionei curiosa e ele sorriu assentindo.

- Fazemos sexo agora e amanhã vamos jantar, afinal precisamos de estrear a roupa nova.

- Eu aceito o jantar. - disse abrindo a agenda digital no celular.

- E o resto também. - mordeu a minha coxa visto que ele continuava deitado.

- Se você se comportar direito agora, quem sabe?

- Hum, adoro negociar com você, sabia? - falou entusiasmado e se sentou se encostando à cabeceira.

- Que ótimo, assim não terei de te bater. - rimos e ele me puxou para ficar entre as suas pernas com as costas no seu peitoral.



Luan me abraçava por trás enquanto discutíamos a agenda, remarcamos algumas coisas e cancelamos outras.



- Você trouxe café? - perguntou notando o tabuleiro no cadeirão, eu tinha esquecido.

- É, eu trouxe, mas com tanto papo acabei esquecendo. Já deve estar frio.-  fiz um beicinho triste e Luan riu me beijando.

- Vai lá pegar, talvez esteja bom ainda.



Ele tinha razão, o café estava ótimo e, quando terminámos, Luan me puxou para o seu colo.



- Sabe que eu me habituaria a essa vida? - disse beijando a minha mão entre a sua.

- Que vida?

- Ser acordado como você me acordou e me trazendo café.

- Você é um abusado, pede para a Elisa te acordar com carinhos e com café ué. - respondi e ele riu.

- Ela não beijaria o meu corpo como você, não seria a mesma coisa.

- Então quando você chamar alguma das suas amiguinhas pede isso para elas, tenho a certeza que não se importarão, aquela Debbie então, até beija os seus pés.

- Você não gosta dela?

- Não a conheço para dizer se gosto ou não. - falei rodeando o seu pescoço com os braços.

- Já sei que você não gosta, nem dela nem das outras.

- Não sou boa em partilhar. - confessei dando de ombros e Luan me encarou.

- Você gostaria de me ter só pra você?

- Isso seria quase namoro e você não quer isso, então não, eu não queria, porque você teria de abdicar de muita coisa por algo que você não quer.




Luan acariciava as minhas pernas enquanto me olhava pensativo. Me soquei por dentro por ter aberto o jogo com ele, eu queria tê-lo só para mim mesmo, Luan era bom demais para ser partilhado.



- É, eu não quero mesmo, mas você sabe que não te quero prender, se você se sentir mal e quiser acabar com tudo isto que temos, está no seu direito, eu vou entender. - falou me deixando desiludida novamente, ele sempre me deixava livre, não demonstrava que queria ficar comigo mais tempo que as outras.

- Porque se você me deixar dá no mesmo, né? Afinal você tem uma lista para te satisfazer. - me arrependi no segundo seguinte mas já era tarde demais.




Luan nos deitou na cama e ficou por cima de mim prendendo os meus braços acima da cabeça.





- Eu não consigo namorar novamente depois de...- suspirou - ... não importa, eu só não consigo confiar plenamente numa mulher excepto a minha mãe, a Bruna, a Elisa e a Arleyde. Me desculpa se estou te ofendendo, mas eu não quero reviver certas coisas.

- Mas nem todas são iguais. - rebati em tom baixo, a proximidade dele estava me deixando tonta.

- Eu sei, e eu gosto de você. - engoli em seco nervosa - Com as outras é só sexo, com você é bem mais, tem conversa, tem brincadeira, tem discussão, tem algo que não tem com as outras. Mas eu não consigo me envolver profundamente com uma mulher agora...

- Você vai me contar algum dia o que aconteceu com você?

- Um dia, sim. Mas agora eu quero te sentir. Essa conversa me deixou tenso. - enterrou a cabeça no meu pescoço e o beijou delicadamente.

- Me desculpa, eu não queria tornar as coisas difíceis para você.

- Não, não peça desculpa. - falou me olhando - Eu te entendo. Mas me dá tempo.

- Todo que você quiser, desde que você não me afaste. - admiti e Luan sorriu fraco.

- Não se preocupa com isso. - assenti e ele beijou os meus lábios iniciando a manhã de sexo que ele tanto queria e, sejamos sinceros, eu também.




***




Eu vestia o meu vestido preto justo e decotado com a sandália que Bruna me ofereceu há mais de um mês. Luan estava num terno azul escuro e uma camisa branca.

Chegámos no restaurante para o tal jantar prometido. Luan tinha reservado e pedido descrição, o que foi ótimo, pois quase ninguém reparou na gente.




- Você só queria estrear a roupa nova, não era? - provoquei e Luan riu.

- Você acha?

- Não sei, ou então você me quer castigar de novo e está tentando me convencer a isso.

- Está resultando?

- Idiota. - atirei o guardanapo para ele que o apanhou no ar.

- Estou brincando. Mas eu estava te devendo, lembra quando estraguei a sua saída com o Gabriel? - assenti - Eu prometi que te levaria numa balada, mas um jantar é melhor.

- Concordo. - sorri feliz por ele lembrar do que prometeu - Você é f...

- Foda, eu sei. - se gabou e ri.

- Ia dizer fofo.

- Ia, já não vai mais? Você concordou com o "foda" né? - brincou e ri assentindo.

- Eu vou no banheiro rapidinho. - avisei.

- Vou pedindo os nossos pratos, tudo bem para você?

- Sim, até porque nem sei o que pedir num restaurante chique destes. Na próxima me leva para comer cachorro-quente na rua.

- Vou anotar isso. - piscou o olho e ri saindo.




Estava saindo do banheiro, depois de ter feito o que precisava e me surpreendi por ver alguém conhecido.




- Alexa! Que surpresa te ver aqui. - Teresa falou me abraçando.

- Nossa, surpresa mesmo. - respondi - Mas ainda bem que te encontro, o Luan vai mandar um DVD pra sua prima.

- Que coisa legal, ele é maravilhoso né?

- Sou suspeita pra falar, mas sim, ele tem um coração bom.

- Tudo nele é bom. - me corrigiu e ri sem graça - Você está com ele aqui né? Tive a impressão que era ele quando vim ao banheiro.

- É, como eu disse, somos bons amigos.

- Hum. - disse desconfiada - Nos vemos depois?

- Claro. Até mais. - finalizei a conversa e voltei para a mesa.




Luan bebia uma taça de vinho e empurrou outra, levemente, para mim.




- O nosso risoto está vindo. - avisou e tomei um gole da bebida.

- Estou ansiosa para isso.

- Você demorou. - comentou com certa preocupação.

- Sabe a minha amiga Teresa? Encontrei ela aqui, estivemos conversando um pouco.

- Hum, e você não me vai apresentar ela? - perguntou e o encarei sem saber o que responder, ele estava mesmo falando sério? O que significa este jantar então? - Estava brincando ruivinha, você fica sempre tensa quando falo de outras mulheres.

- É chato estar ouvindo sobre outras quando sou uma delas. - rebati desviando o olhar. Luan não disse nada e quando o encarei de volta me preocupei.



Ele olhava para um ponto distante e a sua cara estava assustada e com raiva. Tal e qual àquela manhã que a Bruna avisou que a tal "ela" voltou.





FELIZ ANO NOVO AMORES <3 Que 2017 seja o ano de todas nós, que seja maravilhoso em todos os sentidos. À semelhança do Natal, só voltarei na segunda agora, um beijo <3

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

10 - Shopping & Amigos




Luan POV



Voltava para o quarto segurando um balde de gelo, uma garrafa de champanhe e taças. Só de imaginar que Alexa estava presa na minha cama me esperando, me fazia sentir um grande canalha, mas tê-la daquela forma era o ponto alto da minha noite e do meu dia. Eu precisa de ocupar a cabeça com algo que me fazia bem - sexo, fazia isso há mais de dois anos e agora não seria diferente. Mas Alexa era diferente das minhas amiguinhas, ela era mais ousada, batia de frente comigo só para me provocar e me fazia desejá-la sem qualquer esforço. Eu gostava de estar com ela, não sentia vontade de a mandar embora na manhã seguinte, era bom tê-la a meu lado e fazer de tudo para irritá-la.




- Luan? - me assustei com Rober me chamando no meio do corredor. - O que você está fazendo aqui?

- Fui buscar champanhe.

- Você podia ter pedido serviço de quarto, sabe que é perigoso para você descer sem avisar.

- Não aconteceu nada Testa, já é de madrugada, o que você anda fazendo aqui também?

- Vou sair com uns amigos. Você está acompanhado? - questionou reparando nas duas taças.

- Parece que sim. - sorri de canto e caminhei até ao meu quarto.

- Sempre o mesmo. - falou rindo e revirei os olhos, mal sabia ele que eu estava com Alexa.




Entrei no cómodo devagar e Alexa estava de olhos fechados respirando fundo.




- Voltei gatinha. - avisei e ela me olhou brava.

- Quando você me soltar eu vou dar cabo de você. - grunhiu e ri.

- Você não terá forças. - respondi e peguei numa pedra de gelo - Sentiu a minha falta? - perguntei me sentando em cima das suas coxas.

- Não. - respondeu séria e ri deixando o gelo cair no seu ventre. - Puta que pariu. - xingou.

- Está gostoso?

- Coloca em você pra ver se é bom. - cuspiu e ri passando o gelo pela sua barriga e seios. - Luan, para.

- Não vou parar, amor. Você terá de implorar bem mais. E nada de reclamar, ou você esqueceu do que te acontece? - levantei uma sobrancelha e ela bufou.




Me despi de novo ficando apenas com a cueca. Alexa continuava excitada esperando por algum toque da minha parte. Deixei a pedra de gelo derreter entre os seus seios e passei a língua quente naquele lugar fazendo ela se arrepiar pelo choque de temperatura.




- Você nem me beijou sequer. - reclamou e a encarei.

- Beijei o seu corpo todo e você ainda quer mais? - rebati e ela me olhou.

- Não estou falando disso, você não me beijou decentemente.

- Você tem saudade dos meus lábios nos seus?

- Se você fosse eu também teria saudade.

- O que você quer dizer com isso? - perguntei me fingindo de desentendido e me aproximei do seu rosto.

- Você beija bem, é isso que eu quero dizer, eu gosto de te beijar. - confessou e ri.




Me aproximei dos seus lábios e mordi-os, mas logo os puxei para um beijo intenso. Senti as mãos de Alexa rodearem o meu pescoço e parei o que fazia, prendi os seus pulsos entre as minhas mãos e fuzilei-a com raiva.




- Você se acha muito espertinha né?

- Me deixa estar solta, por favor. - me pediu e neguei, beijei-a novamente mas segurava os seus pulsos entre a minha mão - Você não quer as minhas mãos em você?

- Ainda não. - continuei a beijá-la, queria que os seus lábios ficassem vermelhos, inchados e magoados. Mordi com força o seu lábio inferior e ela se contorceu debaixo de mim.




Soltei-a mas prendi o seu pescoço para ela não tentar fazer algo. Tirei a única peça que ainda vestia e penetrei-a sem aviso. Alexa abriu a boca surpresa e ri. As suas mãos seguravam os meus braços e soltei o seu pescoço.




- Agora sê uma boa menina.

- Posso gem...

- Pode e deve, bem alto. - apertei a sua cintura e ela assentiu remexendo o seu quadril contra o meu enquanto me beijava.




Alexa gemia sem se importar com os quartos ao lado, ela gostava dessa exposição, eu sabia disso. Nos virei na cama e deixei que ela tomasse controle. Ela arranhou o meu peito e me olhava ofegante e com desejo. Apalpei os seus seios e ela fechou os olhos se entregando a todas as sensações que lhe proporcionava.




***



Alexa estava deitada a meu lado coberta apenas pelo lençol. Me levantei e abri a champanhe servindo as duas taças.




- Toma, você deve estar com sede. - ela me olhou com cuidado e se sentou aceitando o copo.

- Você nunca mais me vai fazer isto né? - me sentei a seu lado e beberiquei um pouco antes de lhe responder.

- Você não gostou?

- Não sei. - respondeu com o olhar longe.

- Não sei não é resposta. - falei sério e ela me olhou.

- Responder uma pergunta com outra pergunta também não. - disse e ri, ela não tinha deixado de ser respondona.

- Responde à minha primeiro.

- Eu não gostei de estar presa, apenas isso.

- Você gostou do gelo? - ela assentiu bebendo champanhe. - Eu não irei voltar a te prender, fica tranquila, mas você terá de me obedecer e não se armar em provocadora e levar amiguinhos para minha casa.

- Eu não levarei mais, eu entendi a lição.

- Eu não irei te torturar mais então, a não ser que você queira. - percorri a sua coxa com a minha mão e ela juntou as pernas - Te magoei?

- Não, eu estou cansada. - assenti.

- Dorme aqui, amanhã você volta para o seu quarto. - beijei os seus lábios uma última vez e ela sorriu se deitando a meu lado.




***



Dois dias depois... 



Estava no hotel em Uberlândia sem fazer nada. Já tinha malhado, já tinha descansado e parecia que o tempo não passava. Tive então a ideia de ir no shopping. Me arrumei e passei no quarto de Alexa. Ela abriu com uma carinha de sono que me fez sentir culpado, acho que a acordei.



- Desculpa te acordar. - falei e entrei no seu quarto.

- Você precisa de alguma coisa? - perguntou arrumando os cabelos.

- Companhia para ir no shopping.

- Você está doido Luan? Como é que você quer ir no shopping? Esqueceu quem você é?

- Não, não esqueci. Mas eu estou farto de estar no hotel, preciso sair e quero comprar algumas roupas.

- O Well vai junto?

- Vai, agora por favor se arruma e pede para prepararem a van.

- Eu já vou avisando que não vou correr de uma multidão de fãs. - disse irónica e ri me deitando na sua cama. - Sai, eu preciso me arrumar.

- Sério? Eu já vi tudo aí, pensei que a gente já tivesse intimidade? - brinquei e ela me olhou feio.

- Então fica aí, vou para o banheiro.




Depois de um banho rápido ela saiu enrolada na toalha. Ela queria me provocar. Pegou em algumas roupas e sorriu para mim antes de voltar para o banheiro. Saiu de lá com uma saia jeans e um top branco justo que destacava os seus seios.




- Você está pedindo para eu te foder no provador.

- Luan me respeita. - me repreendeu - Será que você não pensa em outra coisa?

- Eu tento mas é difícil, sabe?! - encarei as suas pernas e ela me bateu me fazendo rir.

- Abusado.




O shopping estava com pouca movimentação, eu estava com um chapéu e óculos mas mesmo assim fui parado por algumas pessoas. Fiz algumas compras e parei numa loja com roupa social.




- Não me diga que você agora quer usar terno e gravata. - Alexa disse me zoando.

- E se eu quiser? - fuzilei-a - Vamos entrar.




Escolhi alguns ternos e camisas e enquanto Well ficava na entrada dos provadores, eu puxei Alexa junto comigo.




- Melhor eu esperar do lado de fora. - disse e segurei-a.

- Óbvio que não, tem um monte de homem zanzando nesse corredor. Você vai ficar aqui e me ajudar a escolher.

- Você está com ciúme? - perguntou rindo.

- Deixa de ser iludida, eu não tenho ciúme. - respondi e ela me olhou segurando o riso. - Me ajuda a escolher um terno para jantar com uma amiga.

- Jantar com uma amiga? - indagou com certo desprezo na voz.

- Tá com ciúme? - provoquei, parece que o jogo virou não é mesmo? 

- De você? Lógico que não.

- Eu estava brincando, não vou jantar com ninguém. - vi um sorriso escapar dos seus lábios e me virei começando a me despir.




Vesti o primeiro terno e Alexa não tirava os olhos de mim.




- E aí? - dei uma voltinha e ela engoliu em seco.

- Você fica lindo num terno. - se aproximou e passou a mão no meu ombro ajeitando o casaco.

- Você poderia ver um vestido para você também, né?

- Para quê? Não quero gastar dinheiro com coisas que nem vou usar.

- A gente vai sair pra jantar em breve. A minha amiga é você. - pisquei o olho e ela ficou desconcertada.

- Você quer me levar para jantar? Depois você diz que não é fofo.

- Não sou fofo, você acha que não tenho segundas intenções? - levantei a sobrancelha e ela riu me empurrando de leve.

- Você é fofo, sim. - disse convicta - Você só usa uma máscara de fodão e de que nada te afeta, para se proteger e para não passar por algo ruim novamente, eu sei que por trás disso você tem um grande coração e é capaz de amar. Você tem um coração de gelo mas no fundo ele queima.

- E você tem um coração de fogo mas um olhar de gelo. - rebati me aproximando dela, não deixaria que ela continuasse me analisando e dizendo verdades a meu respeito, ela não precisava saber pelo que eu passei,

- Você acha que o meu olhar é de gelo? - assenti - Isso é ruim?

- Não, porque eu fico satisfeito em ver que ele se derrete quando você me olha, como agora. - provoquei.

- Veste o próximo. - mudou de assunto e ri me afastando.




Saímos da loja com dois ternos e um vestido para ela. Confesso que estava doido para a ver naquele vestido preto e decotado.

Na volta para o hotel puxei assunto com Alexa.




- Me conta novidades. - pedi e ela me encarou estranho.

- Eu conheci uma pessoa há uns dias.

- Uma pessoa? - perguntei curioso, quando foi isso?

- Sim, uma possível amiga. - era uma mulher - Lembra quando fui caminhar? - assenti, era difícil esquecer quando ela chegou em casa com aquelas roupas curtas - A gente se esbarrou perto do condomínio e trocamos o contacto para caminharmos juntas outras vezes.

- Hum, ela é gostosa? - Alexa me deu um olhar de morte e ri fraco.

- Ela é bonita sim, tem olho azul e cabelo preto. - confesso que essa descrição me deixou assustado, mas devem haver milhões de mulheres assim, não pira Luan. 

- Como ela se chama? - perguntei querendo ter a certeza.

- Teresa. - respondeu me olhando. - Você está bem?

- Sim. - respondi aliviado, não era ela - Eu não conheço nenhuma Teresa. Acho que ela não está na minha lista.

- Você tem uma mulher para cada letra do abecedário por acaso?

- Tenho, você é a primeira. - zoei e ela apertou a minha perna com as unhas me repreendendo, só então percebi que Well estava sentado mais à frente. - Estava brincando. - me aproximei do seu ouvido e falei: - Você é especial e não está na lista.

- Acho bom. - sorriu de canto e deitei a minha cabeça no seu ombro.

- Hey. - me levantei me lembrando de algo que ela disse - Você disse que foi caminhar perto do condomínio, você saiu?

- É, eu saí um pouco, só andei pelos arredores.

- Eu não gosto disso, não é seguro. Fica apenas dentro, ok?

- Mas não é seguro porquê?

- Apenas não me deixa preocupado Alexa. - pedi, não imaginava o que lhe poderia acontecer se Alexa encontrasse com ela, eu queria protegê-la disso.

- Ok. Eu vou ficar apenas dentro. - assenti agradecido.

- Os meus melhores amigos estão indo lá para casa na próxima semana.

- Melhores amigos, é? Hum, são gostosos? - estreitei o olhar para ela, Alexa queria brincar o mesmo joguinho que eu.

- Você não precisa deles quando me tem a mim.

- Você já reparou que está me proibindo de ficar com outras pessoas de uma forma subtil? - me encarou. - Você não quer que eu saia de casa desacompanhada, não quer que eu leve ninguém para sua casa, se for para o hotel você deixa?

- Quando você está no hotel está em trabalho, então não, não permito isso.

- Tá vendo, você quer a minha exclusividade mas não me dá a sua.




Ela tinha razão, mas que culpa tenho eu se não admito outros homens em minha casa, se não gosto que ela saia sozinha ou que esteja com outra pessoa?




- Ok, eu te deixo ficar com quem você quiser no hotel, apenas lá. - dei o braço a torcer e ela sorriu fechado antes de desviar o olhar para a janela.




Alexa POV



Não sei porque me incomodei quando o Luan aceitou abrir mão da minha exclusividade, eu pensei que ele fosse ceder e aceitar ficar apenas comigo. Mas acho que isso aconteceu porque estava se tornando um hábito para mim e eu apenas via Luan na frente, eu fiquei incomodada por causa disso.

Quando chegámos em São Paulo, lembrei de ligar para Teresa e marcar uma caminhada, mas ela me surpreendeu me convidando para um café no final da tarde. Lógico que aceitei, seria bom conhecer outras pessoas, quem sabe ela tem algum amigo para me apresentar.



9 - Banho & Castigo




- Desçam por favor, eu já vou conversar com vocês. - Luan falou em tom baixo e a família dele assentiu saindo. 




Luan se virou e me olhou pensativo. Tomei a iniciativa e fui até ele. 




- Você está bem? - indaguei tocando no seu braço tenso que foi relaxando aos poucos debaixo da minha mão. 

- Volta a dormir, Alexa. Está tudo bem, não fica preocupada.

- Quem é ela? - perguntei curiosa e Luan suspirou.

- Ninguém que você conheça e tenha de se preocupar. Volta a dormir, tá bom? - me olhou cuidadoso e assenti.

- Se você quiser conversar, estou aqui. 

- Obrigado, eu volto já. Agora dorme, vamos começar uma semana de shows e quanto mais você descansar melhor.

- Você também precisa descansar, então vê se não demora. - ele assentiu sorrindo.




Luan se aproximou e me deu um beijo na testa. Ri com o seu gesto, Luan estava diferente daquele mandão e teimoso que sempre era.




- O que tem tanta piada? - perguntou semicerrando o olhar para mim.

- Nada. - virei costas e voltei para a cama, ainda rindo.

- Quando eu voltar você irá me dizer. - ameaçou e ri negando - Não? Isso é o que veremos. 




Voltei a me deitar mas já não conseguia dormir. Luan tinha deixado a minha mala daquela noite ali no seu quarto, me levantei e, depois de pegar nas minhas coisas, fui para o banheiro, um bom banho é a melhor forma de começar o dia. 

Enxaguava o meu cabelo quando senti mãos na minha cintura. Me assustei mas aquele toque era conhecido por mim - Luan. 




- Sou eu, desculpa te assustar. - me virei para o olhar e reparei que ele estava nu. - Eu preciso de você agora. - o seu membro cutucou a minha cintura e ofeguei assentindo. 

- Também quero sentir você. - admiti e Luan sorriu antes de me beijar. 




A maneira como ele me tocava demonstrava uma necessidade enorme, como se aquilo fosse uma forma dele esquecer e escapar do que lhe aconteceu antes. 

Quando voltámos para o quarto embrulhados em toalhas, Luan parecia mais calmo e relaxado. 




- Você ainda não me disse do que estava rindo. - me encarou com um sorriso de canto e ri fraco.

- Já esqueci. - menti.

- Não me parece que você esqueceu mesmo. - se aproximou um pouco e dei alguns passos para trás. - Você vai me dizer a bem ou a mal? - me prensou na parede com ambos os braços ao lado do meu tronco. 

- Eu já não lembro, estou falando sério.

- Lembra do castigo que eu te prometi? Ele pode piorar se você não contar a verdade. - me olhou sério e engoli em seco, ele estava mesmo disposto a me castigar e, confesso, que estava curiosa para saber o que ele tinha em mente.

- Eu ri da sua maneira de ser, você foi fofo comigo. - admiti com vergonha e ele arregalou os olhos surpreso, talvez não deu conta de como me tratou.

- Você achou que eu fui fofo?

- Achei, o Luan que eu conheço não é assim com as mulheres, o máximo que você faria era me mandar dormir, mas você mostrou preocupação e até me deu um beijo na testa. - ri fraco e ele me acompanhou.

- Sortuda você hein? - zoou - Não são todas que têm direito a isso. - piscou o olho e se afastou um pouco - Mas também não são todas que recebem castigos, você é mesmo sortuda.

- Ou azarenta. - fiz uma careta e ele riu.

- Acho que estar presa a uma cama recebendo prazer não é tão ruim assim. - estreitou o olhar para mim.

- Estar presa... - repeti sentindo o quão fortes aquelas palavras eram, me fizeram arrepiar. 

- Aham, isso é só um começo do que quero fazer com você, agora se arruma, temos uma viagem em menos de uma hora. 




***



Luan foi a viagem toda calado, eu via o quão distante o seu olhar estava. 




- Boi cê vai ficar assim sempre? - Rober perguntou chamando a atenção de Luan.

- Assim como? - respondeu ainda meio distraído.

- Pensativo, preocupado. O seu pai me falou o que aconteceu, ela não vai chegar perto.

- Como você sabe? Ela estava perto do meu condomínio, o que ela quer afinal? Por que ela voltou? - questionou nervoso.

- Não sei, mas ela não pode fazer nada. Ela está proibida de entrar no condomínio e não é tão fácil ter contacto com você. - desviei o olhar para a janela mas continuava ouvindo a conversa deles e ficava cada vez mais curiosa. 

- Se ela quiser falar comigo eu falo com ela, não tenho medo, mas não a quero ver mais na minha vida.  - Luan disse suspirando fundo. 

- O seu pai vai avisar a segurança para ficarem mais atentos, independentemente do que ela veio aqui fazer, não vai ter sucesso.

- Espero bem que não. Já se passaram anos Rober e ela ainda mexe comigo, mas agora de um jeito ruim. - Luan admitiu - Espero que ela não mexa com ninguém próximo de mim. Eu acho que perderia a cabeça se estivesse cara a cara com ela.

- Não fala isso, você já passou bastante por causa dela, ela não pode te afetar mais. Não pensa nisso. Você quer alguém esta noite? - Rober perguntou e olhei os dois automaticamente.




Luan me olhou e voltou a encarar Rober, 




- Não, não preciso de ninguém. - respondeu e me senti aliviada. Depois de transarmos de manhã se ele quisesse alguém esta noite, iria ser tão mau como daquela vez em que ele chamou a Tati. Fiquei feliz por ele levar em conta e respeitado os meus princípios. 

- Tudo bem, se mudar de ideia me avisa. 




Chegámos em Minas na hora do almoço e Luan pediu para parar num restaurante. Ele estava com saudades de comida mineira e, depois de comer tudo que queria, parecia bem mais alegre e despreocupado. 


O show de hoje estava chegando e depois de me arrumar fui ter com Rober para ele me dizer o que eu tinha de fazer naquela noite. Apenas teria de conferir se o camarim estava com tudo que foi pedido e distribuir as pulseiras pelas vencedoras das promoções que conheceriam Luan. 

Quando ele atendeu a última fã, pediu para que o acompanhasse até ao seu camarim. Ele trocou a camisa e se sentou a meu lado bebendo água. 




- Quando você chegar no hotel pede um café bem forte para a gente.

- Café? - perguntei não entendendo nada do que ele queria fizer.

- Sim, café. Depois sobe até ao meu quarto, eu já terei tomado banho e estarei pronto para te castigar. 

- E o café é para quê mesmo?

- Para a gente ficar acordado a noite toda.

- Você não precisa fazer isso Luan, que ideia doida querer me castigar. - me levantei mas ele me puxou e caí no seu colo.

- Não ouse me desobedecer novamente, senão eu farei questão de ir até ao seu quarto e te dar o que você merece. - me ameaçou e engoli em seco. Nunca ninguém me tratou assim, nem sei se é bom ou ruim. Ele disse que iria me prender, será que Luan tinha gostos peculiares como o Christian Grey? 

- Você vai me magoar? - perguntei assustada e Luan riu.

- Você está pensando que eu sou aquele cara de 50 Tons? - questionou rindo da minha cara, como ele adivinhou o meu pensamento? - Eu não sou assim Alexa, mas não posso negar que ter uma mulher presa à minha mercê não me agrada. 

- Então nada de chicotes, de olhos vendados, de violência...

- Olhos vendados, talvez. - me encarou - O resto não, mas não queira saber demais, será melhor para você ir sem saber de nada.

- Isso não é nem um pouco bom de ouvir, Luan.

- Eu não te vou magoar, fica tranquila. - passou o nariz pelo meu pescoço absorvendo o meu cheiro para si - Vê se amarra esse cabelo antes de ir ter comigo. 




Me levantou e fez o mesmo em seguida. Me ajeitei e Luan foi aquecer a voz. Lembrei que Rober me pediu para conferir as garrafinhas de água que ficavam no palco e saí indo fazer isso. O meu corpo estava quente, quase em combustão, desejando o Luan e curioso para saber como seria a nossa noite. 

Aquele homem amável e divertido em cima do palco, cantando, não era nem de perto o mesmo que iria acabar comigo durante a noite. Luan conseguia ser aquela pessoa confiável e temível ao mesmo tempo. Mas eu sei que ser carinhoso fazia parte dele, talvez parte do seu passado, mas ainda assim, fazia parte de quem ele era e é. 




***



Estava com uma bandeja com duas xícaras de café em mãos, o meu cabelo preso e o meu coração batendo forte, enquanto caminhava até ao quarto de Luan. Bati e esperei alguns minutos até ele abrir. Ele vestia apenas um calção de malha deixando a barra da sua cueca aparecer. O seu cabelo estava molhado e arrumado para trás com os dedos. 




- Estou adorando tudo isso. - Luan disse quando passei por ele e logo ouvi a porta bater.

- Adorando o quê? Me torturar?

- Não, você me obedecer. - pegou numa xícara e tomou o café de uma vez me incentivando a fazer o mesmo. 

- Que fique bem claro que eu estou aqui porque quero, não porque você me intimou a isso ou como se eu estivesse, de facto, com medo do seu castigo.

- E você não está? - ironizou e neguei. - Mentirosa. - me empurrou para cima da cama. - Pode se despir. - pediu e ri fraco negando.

- Eu não vou fazer nada, se você me quer nua, faça você mesmo isso. - o desafiei e vi um sorriso crescer em seus lábios.

- Você só piora a sua situação. - subiu para cima de mim colocando uma perna de cada lado da minha cintura. 

- Ah é? Hum, estou curiosa para saber como será. 

- Você é uma garota muito má, sabia?

- Então me mostra o que as garotas más merecem. - Luan riu fraco e passou a mão por cima dos meus seios ainda cobertos pelo tecido do vestido. 

- Levanta os braços. - ordenou e engoli em seco pensando que ele iria me prender - Quero ver o seu corpo debaixo desse vestido. - explicou e respirei com alívio. 




Ele passou o tecido pela minha cabeça me deixando apenas de lingerie. Pensei que isso fosse o suficiente por enquanto mas ele também tirou o meu sutiã. 




- Fica com os braços levantados ainda. - fiquei tensa - Que cara é essa, ruivinha? Você não estava toda corajosa e provocadora há pouco?!

- Continuo assim, não estou com medo.

- Você continua mentindo. - reprovou a minha ação - E eu vou te prender agora mesmo. - me puxou mais para cima e agarrou os meus pulsos os levando até à cabeceira da cama onde os prendeu com o meu vestido. 

- Está doendo. - menti, eu apenas não queria me sentir tão impotente. 

- Não está não. - apertou o meu mamilo e ofeguei - Está vendo, você está bem e continua sendo uma mentirosinha. - disse antes de cair de boca neles. 




Gemi em frustração depois dele chupar os meus seios por uns cinco minutos. Eles estavam duros e vermelhos e isso fez Luan sorrir convencido. Desceu os beijos para a minha barriga e marcou-a com chupões, fez o mesmo com as minhas coxas e, quando pensei que não tinha como piorar, ele afastou a minha calcinha e passou a língua por toda a extensão do meu sexo. 




- Luan... - gemi e ele me olhou.

- Você quer que eu pare?

- Não, mas não me tortura mais. - pedi e ele riu.

- Quem dá as ordens aqui sou eu. - bateu na minha perna e estremeci - Se eu ouvir um gemido ou algo saindo da sua boca, eu juro que não vou te deixar ter um orgasmo esta noite. 

- Mas isso é impossível. - rebati.

- Por isso é que é um castigo, vai encarar ou prefere que tape a sua boquinha? - me fuzilou e fechei os olhos.

- Você é um imbecil. - xinguei com raiva e ele riu me penetrando com um dedo.

- Shhh. - me mandou calar antes mesmo de eu poder dizer alguma coisa - Quero esses olhos bem abertos me olhando.  - O encarei e todo o meu corpo estava tremendo, eu nunca imaginei que passaria por algo assim. Embora me assustasse eu estava gostando de ver Luan no comando me desafiando e ameaçando. 




Ele juntou mais dois dedos e mordi o meu lábio para me impedir de gritar de desejo. A mão livre de Luan apertava a minha cintura e coxa deixando a minha pele vermelha. Quando estava quase gozando, Luan parou e tirou os dedos de mim. Abri os olhos a tempo de o ver com eles na sua boca me olhando com satisfação.




- O que os seus olhos estavam fazendo fechados? - perguntou com dureza na voz - Você queria mais?

- Você nem terminou o serviço, lógico que queria mais. - rebati em provocação e ele riu.

- Nem irei terminar até que eu queira, eu é que mando, esqueceu? - neguei bufando. 




Luan se levantou e tirou o calção, em seguida tirou a minha calcinha me deixando exposta para ele. O seu corpo cobriu o meu e senti o volume na sua cueca se esfregar na minha intimidade. 




- Nem experimenta gemer. - me avisou e mordeu o lóbulo da minha orelha antes de atacar o meu pescoço. Aproveitei a sua proximidade e beijei o seu ombro e pescoço. 




Luan ofegou gostando dos meus lábios na sua pele. As suas mãos apertavam os meus seios enquanto o seu quadril continuava remexendo me deixando perto do precipício. 

Mexi o meu quadril em compasso com o seu buscando algum tipo de prazer e libertação. Estava próxima quando o celular de Luan tocou e ele se afastou. 




- Não, não atende. - choraminguei e esfreguei as pernas uma na outra frustrada.

- Eu vou entender e você vai afastar essas pernas agora, ou vai ficar assim até amanhã. 

- Você acha bonito me deixar assim, de repente? Volta aqui e continua.

- Você não me dá ordens, e agora pernas abertas, ou vou precisar de as prender também?




Luan pegou no celular e atendeu enquanto me encarava esfomeado. Era Rober e parece que conversavam sobre a agenda do dia seguinte. Tinha vontade de matar aquele baixinho. Quando ele desligou, vestiu novamente o calção e uma camiseta e o olhei incrédula.



- O que você está fazendo? - perguntei desesperada e ele riu me olhando.

- Tive uma ideia para te atormentar ainda mais, mas preciso descer. Enquanto isso aproveita para descansar. - piscou o olho e saiu me fazendo xingá-lo dos piores nomes. 



sábado, 24 de dezembro de 2016

8 - Amiga & Susto




Quando o Rick chegou, os barulhinhos no quarto do Luan ainda se faziam ouvir. Ele parecia um coelho, sempre transando. Revirei os olhos com esse pensamento e subi para o quarto com o meu ex.




- Fica à vontade Rick. - disse entrando no cómodo.

- Você mora aqui há muito tempo?

- Pouco mais de um mês.

- Você disse que estava trabalhando com um cantor, posso saber quem? - indagou começando a mexer no ar condicionado.

- Luan Santana. - Rick me olhou rapidamente com surpresa.

- Sério? - assenti rindo fraco - Uau, você se deu bem hein?

- É, ele foi um anjo comigo. A casa é dele. - contei e Rick estreitou o olhar para mim.

- Vocês moram juntos? Isso não é estranho?

- Até que não, no início meio que foi um pouco, mas agora é tranquilo, somos amigos.




Rick continuou arrumando o meu ar e, vez ou outra, sorria para mim e dava uma checada no meu decote, visto que eu continuava vestindo apenas um top de renda.

Desde que entrei no quarto que não escutei nada vindo do quarto ao lado, mas sabia que era questão de minutos.




- Acho que está pronto.

- Obrigada, você salvou a minha noite, pensei que iria assar enquanto dormia.

- Não é pra tanto Alexa. - riu fraco - Mas eu entendo, também estou sentindo calor e o ar já está funcionando. - se aproximou um pouco e os baques na parede recomeçaram. - Eita, ele está animadinho.

- É, parece que sim. - sorri com vergonha e irritação, eu queria que Luan ouvisse os meus gemidos, não o contrário. - Você está com tempo Rick? Eu, realmente, estou com saudade sua e queria...

- Reviver os velhos tempos. - concluiu e assenti me aproximando dele também. - Esse foi o meu primeiro pensamento quando você me ligou, eu nem queria acreditar que você tinha ligado mesmo. - rimos.

- Então vamos relembrar como a gente é bom na cama.




O beijei imediatamente, Rick sempre despertou em mim desejo e agora não era diferente. Ele foi o primeiro homem a conhecer o meu corpo, o primeiro a me ensinar tudo que sei hoje. O empurrei na cama e fui até à porta a trancando.

À semelhança do dia anterior, não poupei nos gemidos nem nos gritos, Luan tinha razão, eu gostava que me ouvissem transando, principalmente ele.




***



Batidas soaram na porta e já sabia quem poderia ser. Rick me deu um selinho e me deixou levantar. Coloquei apenas um casaco de seda e fui abrir. Luan estava com um sorriso safado no rosto e fechei a porta atrás de mim.




- Eu ouvi os seus gemidos. - disse me deixando feliz por dentro - Você estava se tocando ouvindo eu e a Tati transando?

- Você se acha né? - respondi, não deixaria que ele levasse a melhor - Não, eu não estava me tocando, eu estava transando. - cruzei os braços e sorri cínica.

- Sozinha? - riu pensando que eu estava de facto brincando.

- O ar do meu quarto quebrou mais cedo e, olha que coincidência, o meu ex percebe do assunto e veio aqui arranjar para mim.

- E vocês ficaram? - a sua cara ficou séria de repente.

- Aham. - confirmei com um sorriso presunçoso no rosto.

- Você vai mandar ele embora agora e depois vai no meu quarto. - ordenou e ri.

- Claro que eu não vou Luan. Você já mandou a Tati sem lingerie embora? - ironizei.

- Ela já foi sim, e o seu ex também vai. Eu quero você no meu quarto.

- É uma pena pra você que eu não te vou obedecer, porque você não é meu dono. O Rick só vai embora amanhã cedo.




Luan pegou no meu braço e me arrastou para o seu quarto.




- O que você está tentando fazer? - perguntou com raiva.

- Apenas não gosto que me usem.

- Eu não te usei.

- A gente dormiu junto ontem e hoje você já estava com outra mulher, eu acho que usou sim. - falei com convicção - Você ontem poderia ter ficado com ela, mas quis ficar comigo, como se você estivesse escolhendo que camisa vestir de manhã.

- Não lembro da gente ter combinado exclusividade. - cuspiu cínico.

- Não combinámos, mas não achei decente o que você fez.

- E quis pagar na mesma moeda? Parabéns Alexa, você ganhou o prémio de maior criancinha.

- Você fala como se não se importasse. - segurei o riso encarando o homem bravo na minha frente.

- E não me importo.

- Não foi o que me pareceu, você quer que eu expulse o Rick, é porque se importa que eu durma com outro.

- Apenas não aceito que outros homens, que eu não conheço, durmam na minha casa. Se você não sabe, a casa é minha.

- Eu sei disso sim, mas ele está comigo.

- Não importa, você fica e ele sai. - disse mandão e bufeu irritada.

- E se ele não sair, o que você vai fazer? - desafiei.




Luan riu sem humor algum e caminhou pelo quarto com um sorriso diabólico no rosto.




- Você não irá gostar de saber o que eu irei fazer com você, ou talvez até goste. - me olhou como se estivesse imaginando o que falou.

- Então, força nisso, quero ver se você tem coragem para fazer alguma coisa comigo.  - me dirigi para a porta.

- Vai se preparando. - avisou antes de eu fechar a porta na sua cara.




Rick ficou e, para irritar ainda mais Luan, transamos novamente assim que cheguei no quarto.




***




Último dia de folga. Estava tomando o café e, pela primeira vez, Luan não desceu. O meu celular tocou e quase derrubei a xícara de café quando vi Noah na tela.




- Noah. - disse aliviada quando atendi.

- Alexa, e aí, como você vai?

- Eu que te pergunto isso, onde você se meteu? Te procurei em casa e a vizinha disse que você tinha saído de malas.

- É, eu saí mesmo, um amigo me chamou para viajar com ele, achei que seria bom espairecer.

- Você me parece bem. - constei vendo que ele estava sendo gentil e não me tratando mal.

- A viagem tem sido boa. Só liguei mesmo para você não ficar preocupada, sei como você é.

- Tenho saudades suas. - admiti.

- Não tenha, a gente vai se ver, ou já esqueceu que você é a minha tábua de salvação?! - ironizou e revirei os olhos.

- Espero que me procure por outra coisa.

- Quem sabe, fica bem, beijo. - desligou sem me deixar responder.




Fiquei mais calma e sossegada em relação a Noah, mas algo estava me escapando, a atitude dele era estranha. Espero que ele não esteja metido em encrenca.

Luan desceu minutos depois com a pior cara que já tinha visto nele, desde que o conheço.




- Você me parece cansado Luan, dormiu mal? - Elisa perguntou e ele sorriu fraco para ela.

- Pois é, não dormi nada bem, parecia que estava escutando barulho a todo o momento.

- Estranho, aqui é sempre tão silencioso, principalmente de noite.

- Não é assim tão estranho, Elisa. - falei - Às vezes também ouço algumas coisas, deve ser o vento, ou alguns carros, nem sei.




Luan me fuzilou e sorri cínica, ele queria que eu fosse atingida com a sua indireta, mas eu rebati do mesmo jeito.




- Vocês viajam amanhã não é? - Elisa perguntou me lembrando que hoje era o último dia de folga.

- Sim, vamos para Minas Gerais. - Luan respondeu e continuou me fuzilando, por momentos temi que ele estivesse pensando na ameaça da noite anterior.

- Você quer que eu arrume a sua mala?

- Não precisa Elisa, a Alexa arruma.- sorriu irónico para mim e semicerrei o olhar para ele.

- Eu? Eu não sou paga para isso.

- Você é minha assistente, é paga para muitas coisas, principalmente para deixar o seu patrão feliz. - piscou o olho e olhei-o incrédula.

- Idiota. - murmurei para que Elisa não escutasse e ele riu, ridículo. - O Noah ligou. - mudei de assunto e Luan me olhou tranquilo.

- Eu disse que ele estava bem.

- Mas eu nem disse como ele estava?! - constei e Luan bebeu café dando de ombros.

- Não importa, se ele ligou é porque está bem.

- Hum, é, ele está bem mesmo.

- Agora pode ficar calma. - riu fraco.




Arrumei a minha mala e a de Luan durante a tarde. Ele levava imensa coisa, bem mais do que eu. A sua necessaire era o dobro da minha e estava cheia de produtos de cabelo e perfumes.




- Já te disseram que você é pior que as mulheres? - perguntei fechando a sua mala.

- Só porque gosto de me cuidar?

- Não, por levar a casa toda atrás.

- Eu sou um cantor, tenho de trocar de roupa durante o show, Alexa. Além do mais, eu malho e, também, é sempre bom ter várias opções.

- Mulherzinha. - zoei e ele me empurrou me fazendo cair na sua cama.

- Tem certeza?

- Nem vem, você não vai me tocar. - saí rapidamente de perto dele e o mesmo riu.

- Eu não esqueci do que falei ontem, você ainda terá o seu castigo por ter me desobedecido.

- Hum, agora você me castiga só porque eu te disse não? - ri na sua cara.

- Para você aprender, você não perde por esperar.

- Experimenta. - provoquei e saí do quarto.




***




O final de tarde estava quente e o pôr do sol me convidava para uma caminhada pelo condomínio. Eu não conhecia muito bem aquela zona e acho que caminhar me faria conhecer melhor. Fazia meia hora que caminhava e corria, eu não costumava fazer isso, mas me sentia bem me exercitando. Principalmente depois de ter dormido com Luan, eu precisava de alguma distração, de gastar energia, ao invés de ficar pensando só nele e no que ele me fazia sentir.

Saí do condomínio e caminhei até uma pequena praça que tinha ali perto, mas choquei contra alguém.




- Desculpa moça. - uma mulher de cabelo preto médio e olhos azuis falou - Eu estava distraída, mes desculpa.

- Não tem problema, acontece. - tentei desvalorizar a situação.

- É, acontece. - riu fraco - Obrigada por entender. Eu sou a Teresa.

- Prazer, Alexa. - falei e ela sorriu,

- Você caminha sempre por aqui? - me perguntou puxando assunto.

- Não, é a primeira vez. Estou tentando conhecer mais do lugar.

- Ah se você quiser a gente pode combinar e caminha junta, aí eu te mostro mais desta zona. O que você me diz?

- Eu trabalho e viajo regularmente, então não sei se seria uma boa companhia.

- Fazemos assim, trocámos o contato e quando você estiver aqui me avisa. - sugeriu e assenti concordando, seria bom ter uma amiga fora da equipe LS, seria bom conhecer alguém e a Teresa me parecia boa pessoa.

- Combinado.




Voltei para casa passado uma hora e Luan me olhou estranho.




- Você foi correr?

- É o que parece. - respondi.

- Nesses trajes? - me olhou por inteiro, eu vestia um short e um top.

- Algum problema papai?

- Não me chama isso, ou vai querer pagar o castigo agora? - perguntou e revirei os olhos passando por ele mas fui parada pelo seu braço no meu. - Vamos jantar a casa dos meus pais hoje, talvez vamos dormir lá também.

- Eu não preciso ir. O filho é você.

- Não te vou deixar sozinha.

- Posso chamar o... - Luan me beijou e me encostou contra a parede.




As suas mãos percorreram o meu corpo e me juntaram ainda mais a ele.




- Não pode chamar ninguém, eu estou aqui sempre que quiser. - falou ainda próximo.

- Não somos exclusivos, esqueceu? - rebati depois de me ter recuperado do seu beijo, e que beijo.

- Não, não esqueci, mas na minha casa não quero outros homens, entendeu?

- Vou tomar banho.




Bruna adorou me ver e me levou para o seu quarto onde me presenteou com algumas das suas roupas, eu já tinha o meu salário e podia comprar as minhas roupas, mas Bruna tinha um ótimo gosto e não tinha como recusar.




- Vocês já fizeram as malas? - Mari perguntou.

- Sim, hoje de tarde mamusca. - Luan respondeu - Estão no carro.

- Não vamos a casa amanhã? - perguntei confusa.

- Não, eu já trouxe as suas coisas também, não se preocupa. - sorriu.

- Que ótimo, então vocês vão dormir aqui né?

- Sim mãe, hoje você terá a minha ilustre presença. - Luan zoou e Mari riu lhe dando um tapinha na mão.

- Vou preparar os quartos então.

- Não precisa disso tudo, eu e a Alexa dormimos no meu.

- Juntos? - Bruna perguntou nos olhando.

- Eu acho melhor outro quarto. - falei e Luan me fuzilou.

- Não quero dar trabalho mãe, nós dormimos juntos, somos amigos, não tem problema. - Luan convenceu Mari que assentiu.

- Amigos? - Bruna disse rindo - Ai Luan Rafael, temos de ter uma conversinha.

- Estou perdendo alguma coisa? - Amarildo perguntou.

- Não pai, a Bruna que é besta e não sabe o que fala.




***




Luan não tentou nada quando me deitei a seu lado, ele apenas me desejou boa noite e se virou.

Acordei com batidas portas na porta e Bruna chamando Luan aflita.




- Aff, já vai. - ele gritou irritado, ainda eram 8h da manhã, a gente viajaria às 11h.



Me sentei na cama despertando do sono e me recuperando do susto. Será que aconteceu alguma coisa?




- O que foi Bruna, você tá doida? - Luan perguntou com raiva e vi Mari e Amarildo atrás dela.

- Eu tenho algo para contar.

- O quê? - Luan questionei impaciente - Fala logo, quero voltar a dormir ainda, se você não reparou é super cedo.

- Eu sei, mas é que eu fui correr e vi uma pessoa.

- Normal, há pessoas doidas que acordam cedo como você para correr. - Luan disse sem humor e Bruna encarou-o preocupada.

- Mas não é qualquer pessoa Luan. É ela. Ela voltou. - avisou e o corpo de Luan endureceu e o seu rosto estava assustado e com raiva, muita raiva.





Amores, quero desejar um FELIZ NATAL, que vocês aproveitem muito e que comam muito também, afinal comer é vida hahah Muita paz, amor e alegria para vocês e a vossa família. 

Eu iria publicar no domingo mas ainda é dia de Natal e a gente merece ficar com a família a tempo inteiro, então na segunda feira voltem aqui porque terá capítulo novo. Um beijo, amo vocês <3



quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

7 - Quarto quente & Rick





Luan me torturou por quase uma hora, mas eu também queria que ele o fizesse, senão já teria saído bem antes. Ele beijou o meu corpo por inteiro, não deixando nenhuma parte por beijar ou tocar. Ele me deixou tão desejosa por ele, que quando o Rober mandou mensagem avisando que chegou, Luan entrou em mim com toda a força me fazendo soltar um grito.

O sorrisinho cafajeste no seu rosto demonstrava que ele queria que eu reagisse daquela forma. Ele queria que todos me ouvissem transando, como se a gente fosse arte e os outros estivessem numa exposição apreciando. Eu estava me sentindo uma obra de arte, e a fundição do meu corpo com o do Luan era o ápice e a parte mais bela dessa obra.




- Isso Alexa, mostra para o mundo que você adora que eu possua o seu corpo. - me sussurrou e gemi mais alto - Linda menina.

- Seu cachorro... - xinguei e ele riu.




Espasmos se espalharam por todo o meu corpo enquanto gemidos satisfatórios saíam pela minha boca sem que controlasse. Luan tinha ido longe demais ao me torturar por bastante tempo e depois me invadir sem dó nem piedade. Isso só me fez querer mais, eu não estava completamente satisfeita, ainda. Luan gozou dentro de mim enquanto me olhava com o prazer.




- Eu quero mais. - pedi quando ele colou a sua testa na minha descansando.

- Você é insaciável.

- Você que me judiou demais, me deixou com vontade de mais.

- É? - me olhou convencido - Eu sei, as mulheres sempre pedem mais de mim.

- Idiota. - revirei os olhos e ele mordeu o meu pescoço.

- Eu vou te foder mais tarde para matar essa sua vontade, mas agora é melhor a gente se arrumar e descer.





Assenti a contra-gosto, eu ainda queria mais prazer, queria mais de Luan, queria que ele me levasse ao limite. Me levantei e vesti o meu vestidinho de pijama. Suaves batidas se ouviram na porta e Luan vestiu a cueca indo atender. Tentei ficar num lugar que não desse para ver da porta.




- Luan, a galera já chegou, você ainda demora? - era Rober.

- Só preciso de um banho.

- Quem é? Eu conheço? - perguntou em tom baixo.

- Não é da sua conta, Testa. - Luan rebateu.

- Eu sei que não, mas deu pra ver que foi bom, a galera até se assustou quando entrou. - riram. - É a garota que inspirou a música "Acordando o prédio"?

- Nenhuma garota me inspirou a fazer essa música Roberval, mas bem que encaixa perfeitamente nela.

- A Alexa não está em casa? - perguntou curioso.

- Acho que ela ia sair, precisava pegar umas roupas na lavandaria ou algo assim, não percebi muito bem, estava meio dormindo ainda.

- Tudo bem, nós estamos na sala dos fundos, vê se não demora.




Quando Luan voltou para o quarto abriu um sorriso para mim,




- Vamos fazer assim. - disse me puxando para me sentar no seu colo na cama. - Você toma um banho e se arruma. Eu vou descer antes de você, aí passado alguns minutos você desce e bate a porta da frente para eles pensarem que você acabou de chegar em casa.

- Ok, isso parece fácil. - sorri pequeno.

- Mais logo eu trato melhor de você.

- Você dizendo uma coisa dessas é raro, você não trata as mulheres bem, Luan. - constei e ele riu assentindo.

- Eu sei, mas quando eu disse que iria tratar melhor de você, significava te dar o que você gosta, não que iria ser bonzinho. - piscou o olho e me levantou me dando dois tapas na bunda. - Vai lá.





Começar a manhã deste jeito não era, nem de perto, o que eu imaginava. Mas não posso deixar de pensar o quanto foi bom, Luan dispensou a amiguinha para ficar comigo, ele teve mais desejo por mim do que pela tal da Tati, ele me queria naquela hora e, pelos vistos, parece que me quer mais logo também.





***




No segundo dia de folga acordei com o braço de Luan em cima de mim, ele tinha acabado comigo na noite passada, fez o que prometeu, me deu o que eu queria e matou a minha vontade. Mas eu me sentia regenerada ao mesmo tempo que o meu corpo aclamava por descanso. Não havia planos para hoje, nenhuma reunião, nenhuma entrevista, nada relacionado a trabalho.

Me espreguicei e fui até ao meu quarto. Precisava de um banho. O quarto estava quente e liguei o ar, mas parece não ter feito nada, pelos vistos avariou, ótimo. Bufei irritada e fui tomar o meu banho. Me arrumei de um jeito confortável, de calça jeans e uma blusa branca de renda.

Elisa terminava de colocar a mesa do café e ajudei-a. Luan desceu assim que terminámos tudo, parecia que ele tinha um relógio que o fazia chegar à cozinha na hora certa.




- O que você está pensando? - perguntou me despertando.

- Que você sempre chega na hora certa de comer. - ri fraco.

- Eu amo comer, para isso nunca atraso. - sorriu sedutor e revirei os olhos percebendo a ambiguidade da sua frase. - Você está com essa fome toda porque foi bem comida. - acenou para o meu prato com bolo e um pão com queijo e goiabada.

- Fui bem comida e também comi muito bem. - respondi com um sorriso cínico em meu rosto e Luan riu assentindo em aprovação.





Depois do almoço e farta de estar mudando há dez minutos de canal e não encontrar nada de interessante na tv, decidi que iria passar em minha casa e ver Noah.




- Onde você vai? - Luan me perguntou quando passei por ele no corredor dos quartos.

- Para casa, eu preciso de ver o Noah. Sei que você não quer que eu me encontre muito com ele, mas apesar de tudo, ele continua sendo meu irmão e eu estou preocupada e com saudades dele.

- Eu vou com você, estou te esperando na garagem. - respirei aliviada por saber que ele não tinha me impedido ou colocado condições para eu ir, ao que parece nem o Well seria necessário.




Andar nas ruas onde cresci me trazia uma saudade boa, mas também alguns maus momentos. Luan tinha optado por trazer um outro carro mais normalzinho, se fosse a Ferrari chamaria imenso a atenção. Luan estava com um gorro e óculos de sol. Ele pensava que conseguia passar despercebido estando assim, mas na verdade, ele chamava a atenção dessa forma também, até porque o seu corpo escultural e a sua grande bunda eram irresistíveis e não passavam despercebidos aos olhares femininos.

Entrei em casa e um cheiro a mofo me invadiu as narinas, parecia que aquele lugar não apanhava ar e sol há dias. Estava um pouco desarrumado mas nada preocupante.




- Noah. - chamei e fui em direção ao seu quarto.




Não estava ninguém em casa e isso me preocupou. Luan estava escorado no sofá de braços cruzados esperando por mim.




- Ele não está e acho que não vem aqui há dias ou semanas. - suspirei - E se algo aconteceu?

- Hey, ele está bem, ok? - passou as mãos em meus braços.

- Como você pode dizer isso? Esta casa parece abandonada, parece que ninguém vem aqui há tempos.

- Eu te garanto que ele está bem.

- Qual garantia você tem, Luan? - me soltei dele. - Eu estou preocupada e tenho motivos. Ele nem me atende o celular.

- Eu sei que não tenho garantias pra te dar, mas acredita em mim, ele está bem. Talvez tenha ido viajar a trabalho ou isso... - o olhei incrédula - Ele pode ter arranjado alguma coisa pra fazer Alexa, afinal ele precisa de dinheiro para os vícios, certo?

- É, vendo por esse lado você tem razão, mas mesmo assim eu não estou tranquila. Eu vou falar com a vizinha, ela sempre sabe de tudo.




A vizinha disse que tinha visto o meu irmão há mais de duas semanas atrás saindo com algumas malas e entrando num carro preto, mas não sabia de mais nada.




- E aí? - me assustei com Luan aparecendo atrás de mim.

- Ela disse que ele saiu há mais de duas semanas com malas. Para onde ele foi, Luan? - me desesperei.

- Ele vai dar sinal de vida em breve, fica calma. Afinal você é a única família dele, ele não vai querer estar longe de você.

- Tem a nossa tia, que cuidou da gente quando os meus pais morreram, mas ele não iria para lá. Quando o Noah fez 18 e disse que iria viver na casa dos nossos pais e que ficaria responsável por mim, a nossa tia não aceitou muito bem, ela queria continuar cuidando da gente, mas o Noah é cabeça dura e eles acabaram brigando. Eu e ela ainda temos contacto e uma boa relação, mas o Noah não.

- E amigos próximos?

- Não conheço nenhum, ele sempre conhecia todo o mundo, nunca conheci nenhum amigo mais próximo.

- O melhor é aguardar ele dar notícias, vamos embora. - falou meigo e encarei-o.

- E se algo der errado? - questionei.

- E se der certo? E se ele estiver bem? Se apega apenas aos pensamentos positivos, ok? - assenti e descemos as pequenas escadas da frente da minha casa.




Estávamos voltando para o carro quando fomos interrompidos por alguém me chamando.




- Alexa, é mesmo você. - um rapaz loiro de olho verde apareceu no meu campo de visão. Eu já não o via há tanto tempo.

- Rick. - sorri e fui até ele abraçá-lo.

- Nem acredito que te encontro aqui, o que é feito de você? - me analisou por completo e me deu um sorriso enorme.

- Eu estou morando um pouco longe daqui, estou trabalhando como assistente de um cantor.

- Uau, que coisa boa. Você mudou a sua vida então.

- É, mudei. - sorri e percebi o quão ele tinha mudado, estava mais homem, com um corpo mais malhado e usava uma barba rala que lhe dava um charme. - E você, o que faz por aqui?

- Estou ajudando o meu pai na instalação de ar condicionado numa casa aqui na rua, estava indo pegar algumas coisas na camionete.

- Alexa, vamos? - Luan me avisou e assenti.

- Tenho de ir, Rick. Foi incrível te encontrar de novo.

- Foi incrível mesmo. Ele é teu namorado? - perguntou olhando Luan de relance.

- Não.

- Então fica com o meu número, vamos marcar alguma coisa, eu quero te ver novamente.

- Pode deixar. - peguei no seu cartãozinho e abracei-o uma última vez antes de voltar para o carro.




Luan não disse nada durante alguns minutos. Eu espero que ele não tenha ficado chateado porque não lhe dei atenção quando encontrei o Rick.




- Luan... - chamei o encarando.

- Sim. -  respondeu sem me olhar,

- Está tudo bem? - ele riu fraco e me olhou.

- Está tudo ótimo. - voltou a olhar para a estrada na sua frente. - Aquele cara era seu amigo?

- É... mais ou menos.

- Como assim, mais ou menos?

- Ele é meu ex-namorado.

- Hum. - murmurou - Pelo visto ele é especial pra você.

- Posso dizer que sim.

- Você perdeu a virgindade com ele, acertei? - riu fraco.

- Acertou. - respondi - Mas a nossa relação passou a ser mais amizade e decidimos acabar.

- Então foi com ele que você aprendeu a fazer um boq...

- Luan! - disse em tom repreendedor e ele riu. - Você não precisa saber disso.

- Acho que acertei mais uma vez, você aprendeu sim a fazer um bo...

- Luan! - gritei de novo e ele riu me zoando.





Elisa tinha deixado o jantar quase pronto, era só preciso colocar no forno. Mas ainda era cedo. Tomei um banho e desci. Luan estava no telefone e ainda apanhei um pouco da sua conversa.




- Sim Tati, vem aqui mais logo, tenho de te recompensar por ontem... Cê sabe que eu sempre dou as melhores recompensas... O que importa a cor da lingerie se você vai ficar sem nada? Vem sem nada mesmo.... Tá, até mais.




Segui para a cozinha irritada. Luan tinha dormido comigo na noite passada e agora já estava marcando com outra? Pior, ele estava marcando de transar com outra no quarto dele sabendo que eu escuto.

Coloquei o frango com batatas e legumes no forno e arrumei a mesa para me distrair. Se eu ouvisse algum grito ou gemido da amiguinha dele, eu juro que ele iria pagar por isso.

Quando o jantar estava pronto, Luan apareceu. Ele estava com outra roupa e estava cheiroso.




- Vai sair? - perguntei me fazendo de desentendida.

- Não, mas vou ter visita.

- E é preciso tudo isso? - ri fraco.

- É, Alexa, é preciso tudo isto. Porquê? Você está com ciúme porque eu não me arrumo tanto pra você?

- Você é muito rídiculo, eu também não me arrumo pra você.

- Não? Você foi ontem ao meu quarto vestindo apenas um vestidinho curto e decotado, a sua intenção não era eu reparar no seu corpo? - levantou uma sobrancelha todo presunçoso.

- Você já viu o que tinha por baixo, não tinha por que me esconder.

- Hum, pode começar andando nua pela casa então. - ironizou e dei-lhe um pontapé fazendo-o rir.





Estava no quarto tentando ler um livro que encontrei na pequena biblioteca de Luan quando ouvi um baque na parede. Seguido de outro e de um gritinho de mulher. Bufei irritada e me levantei. O quarto estava quente e me lembrou que o ar condicionado estava quebrado. Tirei o casaquinho que vestia e fiquei apenas de short de pijama e top de renda. Basculhei a minha calça suja e encontrei o que queria - o cartão do Rick.

O pai dele tinha uma empresa de ar condicionado, o Rick percebia disso. Eu estava precisando de arranjar o meu ar e de passar tempo com alguém que não seja o Luan. Disquei o seu número e combinei dele vir aqui agora mesmo, Luan iria ver o quão irritante e vingativa eu poderia ser. Ele não iria gostar nada disso.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

6 - Desejos incontroláveis



Luan tinha razão, eu não iria conseguir passar o jantar sem pensar nele, sem pensar no beijo dele e o quanto eu queria de novo. Mas não poderia admitir isso. Luan não poderia me beijar novamente, e eu não poderia gostar disso novamente.




- Você está bem? - Gabriel perguntou me analisando. Estávamos terminando a sobremesa e, eu tinha falado pouco, ele é que sempre fazia assunto.

- Mais ou menos, apenas um pouco cansada. - menti bebendo um pouco de vinho.

- Eu estou sendo chato e te deixando cansada?

- Não- ri fraco - Você tem sido incrível, eu é que não estou muito no clima.

- Que pena, pensei que a gente pudesse ir àquele bar que queria te levar ontem.




Gabriel merecia essa chance, merecia me levar nesse bar, dançar comigo e, quem sabe, me beijar. Mas eu não conseguia afastar a imagem de Luan me beijando, os lábios dele colados nos meus. Eu precisava acabar com isso e nada melhor do que falar com ele e deixar claro que não haveria nada mais entre a gente a não ser assuntos profissionais e uma amizade.




- Você quer ir embora? - Gabriel indagou preocupado.

- Se você não se importar.

- Lógico que não, na próxima a gente aproveita mais. - sorriu tranquilo e não fiquei me sentindo tão culpada por estar terminando o nosso encontro mais cedo do que ambos imaginávamos.





Cheguei no hotel e assim que o elevador parou no meu andar, tirei os sapatos e caminhei descalça. Tive vontade de esclarecer as coisas com Luan agora, mas a raiva que sentia dele era tanta que tudo que fiz foi dar um murro na porta do seu quarto seguindo para o meu em seguida. Ele sabia que tinha sido eu, e eu sabia que ele viria atrás de mim.

Estava tirando a minha blusa quando bateram na porta.




- Já vai. - gritei e troquei rapidamente de roupa. Quando abri, Luan estava me olhando convencido com o sorriso cínico de mais cedo.




Entrou no quarto e fechou a porta enquanto me queimava com o seu olhar.




- Você voltou bravinha? Adoro. - riu e revirei os olhos me sentando na cama.

- Pode parar com isso, Luan. Por que você me beijou? Tem noção do erro que isso foi?

- Você está toda irritadinha porque sabe que não foi um erro, mas você queria que fosse. - rebateu e me levantei ficando na sua frente.

- Eu não quero nada do que você pensa que eu quero.-  cuspi - Para com essas insinuações, Luan. Isso vai acabar com a nossa relação de trabalho, você não pensa nisso?

- Eu não estou te pedindo em namoro ou em casamento, pois não?

- O que você quer então? Porque eu não quero ser só mais uma. Não vou entrar na sua listinha de contatinhos. - disse com desdém mostrando que se ele quisesse isso eu estava de fora.

- Por que não te dou uma amostra primeiro e depois você pensa nisso e nas consequências? - pegou na minha cintura e suspirei.

- Isso não vai dar certo. - falei.

- Então deixa ser errado, mas um errado do nosso jeito.

- Que jeito? - ousei perguntar e Luan sorriu aproximando o seu rosto do meu.




Em segundos ele estava me beijando e segurando na minha perna para me colocar em seu colo. Ofeguei com tanto fogo que ele tinha e segurei bem forte a sua nuca e ombro. Luan me deitou na cama e subiu para cima de mim tecendo beijos ao longo do meu pescoço e colo.

Tirei a sua camiseta e sorri pensando que agora eu poderia abusar do seu peitoral e não apenas vê-lo andando pela casa.




- Você quer isto, certo? - perguntou me encarando.

- Eu acho que sim. - respondi passando as unhas na sua tatuagem do ombro.

- Claro que você quer. - riu convencido e beijou o meu pescoço - Ele te beijou? - perguntou me fazendo piscar atordoada, de quem ele estava fal... ah o Gabriel.

- Não.

- Você gostou mesmo do meu beijo, hein?

- O que você quer de mim, Luan?

- O mesmo que você quer de mim, Alexa, apenas prazer.

- Apenas isso? - questionei em dúvida sentindo os seus beijos na minha clavícula.

- Você quer algo mais? - levantou a cabeça para me encarar.

- Só não quero ser jogada fora depois. - confessei e ele sorriu de canto.

- A gente vive na mesma casa, trabalha junto e, você ainda acha que eu vou te descartar depois? Posso ter você quando quiser. - riu apertando a minha cintura.

- Sai de cima de mim. - pedi séria, Luan estava me tratando como um objeto que estaria à sua mercê quando ele quisesse.

- Quê?

- Sai de cima de mim, sai do meu quarto, agora. - falei mais alto e ele me olhou confuso se deitando ao meu lado - Eu disse para sair.

- Porquê? - dobrou o braço e apoiou a cabeça na mão.

- Você prestou atenção nas palavras que falou? Eu não vou ser alguém a quem você recorre sempre que quiser. - me exaltei e me sentei na cama.





Luan não disse nada, apenas ficou me olhando por longos minutos.




- Melhor você sair.

- Eu não quis dizer que te vou usar quando eu quiser, isto é uma troca. - acenou com as mãos para mim e para ele - Se você me quiser eu também estarei à sua mercê, não estou fazendo de você um objeto, se assim for, então também serei o seu. - se sentou ao meu lado e me encarou. - A gente já se beijou, o que fizermos a mais não irá mudar nada, já é tarde para voltar atrás.

- Um beijo é diferente de fazer sexo, Luan. - suspirei - Lógico que dá para voltar atrás, ainda. - relutei e ele se aproximou um pouco.

- E você quer? - perguntou me olhando como se a resposta estivesse no meu olhar.

- Você promete que eu não vou sair daqui prejudicada?

- Prometo. - garantiu - Você vai ver como é bom...

- Convencido. - ri fraco - Eu não quero. - disse mais séria - Eu não quero voltar atrás, agora.




Luan riu e me deitou de novo. Se colocou em cima de mim e me beijou enquanto tirava blusinha do meu pijama. Abracei-o para sentir o calor do seu corpo junto ao meu e beijei o seu ombro e peitoral. Luan desceu os seus beijos do meu pescoço para os meus seios e emaranhei os meus dedos nos seus cabelos. Ofeguei com a sua língua me torturando e ele riu repetindo a ação. O short do meu pijama foi tirado com calma enquanto Luan me observava de cima, ele passou os olhos por cada canto do meu corpo e me senti intimidada.




- Eu sabia que você era ainda mais linda. - confessou e me impediu de falar com um beijo molhado e intenso.




Os seus dedos passavam em cima da única peça que eu vestia e, um calor se apoderou de mim, quando Luan adentrou a minha calcinha com dois dedos me tocando diretamente. Revirei os olhos quando senti os seus dedos estocarem dentro de mim e gemi em aprovação.

Foram longos minutos torturantes até Luan me deixar atingir o clímax. Estava ofegante e, ainda, insatisfeita. Luan tirou a sua calça e notei o volume na sua cueca que logo pressionou na minha intimidade.




- Eu ainda te quero provar, mas agora só quero sentir você me apertar enquanto eu entro e saio de você. - me sussurrou e me arrepiei com cada palavra. - Me diz o quanto você me deseja, agora.

- Acho que os seus dedos encharcados há pouco foram prova suficiente do quanto estou te desejando. - rebati.

- Foram, pode apostar que foram. Mas como você me quer sentir? - perguntou olhando para o meu rosto enquanto mordia o lábio inferior. Alguns cabelos caiam na sua testa e aquela imagem era uma completa obra de arte. - Como...

- Eu percebi. - interrompi me recuperando um pouco, Luan queria saber em que posição eu o queria sentir, mas eu deixaria que fosse ele a escolher. - Você disse que tinha pensamentos impuros comigo, faça como você imaginava. - Luan abriu um sorriso misterioso e se elevou um pouco.

- Se coloca de joelhos e levanta essa bunda para mim. - mandou.




Meio relutante fiz o que ele pediu e me coloquei de quatro. Luan passou a sua mão nas minhas coxas e abriu-as um pouco se posicionando atrás de mim.




- Olha para mim. - ordenou e olhei para trás. Luan pegou em meu cabelo e sorriu malicioso - Esse cabelo cor de fogo me deixa louco, você não imagina o quanto eu pensei em te foder enquanto o segurava bem forte.

- Do que você está à espera? - provoquei anestesiada pela vontade de o ter dentro de mim.

- Que você esteja preparada.

- Eu estou, você pode ver. - provoquei de novo e ele riu.

- Não, você não está. - disse convicto - Eu não vou parar Alexa, então é bom que você esteja ciente e muito bem preparada para isso.

- Qual a sua ideia? - questionei curiosa e ele estreitou o olhar para mim enquanto segurava o meu cabelo na sua mão.





Luan riu baixinho e levou a mão livre até ao meu seio o apertando. Senti a ponta do seu membro pincelar a minha entrada e fechei os olhos com a sensação, ele sabia o que estava fazendo. Sem esperar ele entrou em mim e segurou forte a minha cintura me mantendo no lugar. Senti um puxão no meu cabelo e percebi que tinha desviado o olhar dele.

Quando o encarei de novo, Luan me olhava esfomeado, como se estivesse esperando há horas para devorar a sua comida preferida. Ele começou lentamente me fazendo acostumar com ele e, depois, aumentou o ritmo me fazendo sentir o meu corpo tremer.

Acabei caída sobre a cama sem sentir as minhas pernas. O meu coração quase pulava para fora. Luan se deitou ao meu lado no mesmo estado. Acho que ambos queríamos tanto isto que quase nos matámos de tanto querer sentir um ao outro.




- Dorme, daqui a nada viajámos. - me alertou enquanto me cobria com o lençol.

- Você vai embora? - questionei o encarando.

- Não, vou ficar, estou cansadão. - rimos e ele se virou fechando os olhos.




Não sei se realmente foi certo o que fizemos, mas confesso que adorei e, se Luan concordou em ser meu objeto se eu fosse o dele, por mim estava tudo bem. Só não queria que ele se esquecesse da promessa que me fez e não me jogasse fora como se eu fosse apenas mais uma. Eu não queria ser mais uma, ou então Luan iria se arrepender de ter mexido comigo.




***



Os dias se passaram rápido e quando menos nos apercebemos já estávamos em casa de novo, com cerca de três dias para descansar antes de começarmos um longo fim de semana de shows. 

Na manhã seguinte à noite que passei com Luan, não voltámos a conversar sobre isso. Mas às vezes, quando estávamos voltando para o hotel, Luan deitava a sua cabeça no meu ombro enquanto passava a mão na minha perna e beijava o meu pescoço. Nenhum dos dois procurou o outro para transar novamente, mas não vou mentir que não estou com vontade. Luan continuava tendo as suas amiguinhas e isso suprimia a vontade dele, então ele não precisava de mim e eu não queria parecer desesperada. 

Acordei ao meio da manhã com uma ligação. Era Rober. Pensei que fosse o Noah, mas ele nunca mais me disse nada, o que só me preocupava a cada dia. 




- Alô? - atendi sonolenta.

- Desculpa se te acordei, eu liguei para o Luan e ele não me atende.

- Aconteceu alguma coisa?

- Ele tem uma reunião aqui no escritório para decidir algumas promoções de fãs e isso.

- Eu vou avisá-lo. - informei - A que horas ele precisa estar aí? 

- Depois do almoço, mas se ele não acordar agora vai atrasar, você já sabe como ele é. - ironizou e ri assentindo.




Assim que desliguei a chamada me levantei. Abri a janela e levei com o sol na cara me despertando de vez. Vestia apenas um vestidinho de dormir e não me importei de vestir outra coisa, Luan já viu o que tem aqui, não precisava me cobrir. 

Bati na porta do seu quarto e ele abriu apenas com a cueca vestida. 








- Hum... desculpa. - pedi e ele me olhou curioso. 

- Eu estou acompanhado. - avisou em tom baixo.

- Eu não sabia, não escutei nada. - ele levantou a sobrancelha e quase que esquecia porque fui bater na sua porta. - O Rober ligou.

- O que ele queria?

- Você tem uma reunião sobre promoções de fãs no escritório, depois do almoço. 

- Ok, espera um pouco. - pediu e se virou - Vai embora Tati, depois a gente se encontra. 




Estranhei Luan estar mandando a sua amiga embora, ao que parece ele nem começou o serviço. Espero que não tenha interrompido nada. A moça saiu e me lançou um pequeno sorriso gentil. 

Luan me olhou sorrindo daquele jeito. Aquele jeito cafajeste que queria alguma coisa. 




- Entra. - ordenou.

- Como? - questionei confusa.

- Entra aqui, quero conversar uma coisa com você. - me deu espaço e entrei no seu quarto. 




Era enorme e tinha uma decoração com vários objetos dos aos 60, sem dúvida que era a cara dele. 

Senti o seu corpo atrás do meu e temi me virar, mas Luan pegou no meu braço e me virou para ele. 




- Você disse uma coisa que me deixou pensativo. 

- O qu-quê?

- Você disse que não escutou nada, normalmente você escuta? 



Engoli em seco não sabendo como sair desta. Luan me olhava esperando uma resposta. 



- Ás vezes só ouço a porta bater e saltos altos passando no corredor, só isso. - menti.

- Sabe que eu não acredito nisso? Eu acho que você escuta bem mais do que isso e... - sorriu de canto - Eu acho que você gosta disso. - se aproximou mais - Você gostaria que os outros te ouvissem transando, Alexa? 

- Luan, o que você está dizendo? - tentei parecer incrédula mas soou mais como um gemido. 

- Me responde. - falou com autoridade ainda apertando o meu braço, eu tinha um pouco de medo quando Luan era mais duro e antipático. 

- Não, eu não gostaria. - respondi tentando sair dali, mas parece que isso era o que Luan queria ouvir.

- Então, eu vou te mostrar que você gosta sim. - me empurrou e caí com tudo na cama. 

- Não está ninguém em casa. - respondi com sarcasmo e Luan riu pegando no celular.

- A reunião acabou de ser marcada para daqui a uma hora aqui em casa, o Rober tem as chaves. E eu vou te ter na minha cama do jeito que eu quiser até eles chegarem e escutarem os seus gritos e gemidos de prazer. 




Arregalei o olhar assustada e senti como se aquela cama me colasse a ela, me impedindo de sair. Ou eu é que não queria sair. 






Desculpem o atraso e os erros que possa ter. Eu não queria começar já a falhar com vocês, combinei que haveria capítulo dia sim, dia não e não tenho cumprido isso. Desculpem mesmo, mas não estou com muita cabeça e inspiração para escrever. Mas vou tentar publicar nos dias certos, caso não publique vocês fiquem sabendo que não demorarei, não gosto de sabes que estou a falhar com vocês e que vos estou deixando na mão. Sendo assim e, se tudo correr bem, até quarta. Não esqueçam de comentar. Um beijo <3