quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

7 - Quarto quente & Rick





Luan me torturou por quase uma hora, mas eu também queria que ele o fizesse, senão já teria saído bem antes. Ele beijou o meu corpo por inteiro, não deixando nenhuma parte por beijar ou tocar. Ele me deixou tão desejosa por ele, que quando o Rober mandou mensagem avisando que chegou, Luan entrou em mim com toda a força me fazendo soltar um grito.

O sorrisinho cafajeste no seu rosto demonstrava que ele queria que eu reagisse daquela forma. Ele queria que todos me ouvissem transando, como se a gente fosse arte e os outros estivessem numa exposição apreciando. Eu estava me sentindo uma obra de arte, e a fundição do meu corpo com o do Luan era o ápice e a parte mais bela dessa obra.




- Isso Alexa, mostra para o mundo que você adora que eu possua o seu corpo. - me sussurrou e gemi mais alto - Linda menina.

- Seu cachorro... - xinguei e ele riu.




Espasmos se espalharam por todo o meu corpo enquanto gemidos satisfatórios saíam pela minha boca sem que controlasse. Luan tinha ido longe demais ao me torturar por bastante tempo e depois me invadir sem dó nem piedade. Isso só me fez querer mais, eu não estava completamente satisfeita, ainda. Luan gozou dentro de mim enquanto me olhava com o prazer.




- Eu quero mais. - pedi quando ele colou a sua testa na minha descansando.

- Você é insaciável.

- Você que me judiou demais, me deixou com vontade de mais.

- É? - me olhou convencido - Eu sei, as mulheres sempre pedem mais de mim.

- Idiota. - revirei os olhos e ele mordeu o meu pescoço.

- Eu vou te foder mais tarde para matar essa sua vontade, mas agora é melhor a gente se arrumar e descer.





Assenti a contra-gosto, eu ainda queria mais prazer, queria mais de Luan, queria que ele me levasse ao limite. Me levantei e vesti o meu vestidinho de pijama. Suaves batidas se ouviram na porta e Luan vestiu a cueca indo atender. Tentei ficar num lugar que não desse para ver da porta.




- Luan, a galera já chegou, você ainda demora? - era Rober.

- Só preciso de um banho.

- Quem é? Eu conheço? - perguntou em tom baixo.

- Não é da sua conta, Testa. - Luan rebateu.

- Eu sei que não, mas deu pra ver que foi bom, a galera até se assustou quando entrou. - riram. - É a garota que inspirou a música "Acordando o prédio"?

- Nenhuma garota me inspirou a fazer essa música Roberval, mas bem que encaixa perfeitamente nela.

- A Alexa não está em casa? - perguntou curioso.

- Acho que ela ia sair, precisava pegar umas roupas na lavandaria ou algo assim, não percebi muito bem, estava meio dormindo ainda.

- Tudo bem, nós estamos na sala dos fundos, vê se não demora.




Quando Luan voltou para o quarto abriu um sorriso para mim,




- Vamos fazer assim. - disse me puxando para me sentar no seu colo na cama. - Você toma um banho e se arruma. Eu vou descer antes de você, aí passado alguns minutos você desce e bate a porta da frente para eles pensarem que você acabou de chegar em casa.

- Ok, isso parece fácil. - sorri pequeno.

- Mais logo eu trato melhor de você.

- Você dizendo uma coisa dessas é raro, você não trata as mulheres bem, Luan. - constei e ele riu assentindo.

- Eu sei, mas quando eu disse que iria tratar melhor de você, significava te dar o que você gosta, não que iria ser bonzinho. - piscou o olho e me levantou me dando dois tapas na bunda. - Vai lá.





Começar a manhã deste jeito não era, nem de perto, o que eu imaginava. Mas não posso deixar de pensar o quanto foi bom, Luan dispensou a amiguinha para ficar comigo, ele teve mais desejo por mim do que pela tal da Tati, ele me queria naquela hora e, pelos vistos, parece que me quer mais logo também.





***




No segundo dia de folga acordei com o braço de Luan em cima de mim, ele tinha acabado comigo na noite passada, fez o que prometeu, me deu o que eu queria e matou a minha vontade. Mas eu me sentia regenerada ao mesmo tempo que o meu corpo aclamava por descanso. Não havia planos para hoje, nenhuma reunião, nenhuma entrevista, nada relacionado a trabalho.

Me espreguicei e fui até ao meu quarto. Precisava de um banho. O quarto estava quente e liguei o ar, mas parece não ter feito nada, pelos vistos avariou, ótimo. Bufei irritada e fui tomar o meu banho. Me arrumei de um jeito confortável, de calça jeans e uma blusa branca de renda.

Elisa terminava de colocar a mesa do café e ajudei-a. Luan desceu assim que terminámos tudo, parecia que ele tinha um relógio que o fazia chegar à cozinha na hora certa.




- O que você está pensando? - perguntou me despertando.

- Que você sempre chega na hora certa de comer. - ri fraco.

- Eu amo comer, para isso nunca atraso. - sorriu sedutor e revirei os olhos percebendo a ambiguidade da sua frase. - Você está com essa fome toda porque foi bem comida. - acenou para o meu prato com bolo e um pão com queijo e goiabada.

- Fui bem comida e também comi muito bem. - respondi com um sorriso cínico em meu rosto e Luan riu assentindo em aprovação.





Depois do almoço e farta de estar mudando há dez minutos de canal e não encontrar nada de interessante na tv, decidi que iria passar em minha casa e ver Noah.




- Onde você vai? - Luan me perguntou quando passei por ele no corredor dos quartos.

- Para casa, eu preciso de ver o Noah. Sei que você não quer que eu me encontre muito com ele, mas apesar de tudo, ele continua sendo meu irmão e eu estou preocupada e com saudades dele.

- Eu vou com você, estou te esperando na garagem. - respirei aliviada por saber que ele não tinha me impedido ou colocado condições para eu ir, ao que parece nem o Well seria necessário.




Andar nas ruas onde cresci me trazia uma saudade boa, mas também alguns maus momentos. Luan tinha optado por trazer um outro carro mais normalzinho, se fosse a Ferrari chamaria imenso a atenção. Luan estava com um gorro e óculos de sol. Ele pensava que conseguia passar despercebido estando assim, mas na verdade, ele chamava a atenção dessa forma também, até porque o seu corpo escultural e a sua grande bunda eram irresistíveis e não passavam despercebidos aos olhares femininos.

Entrei em casa e um cheiro a mofo me invadiu as narinas, parecia que aquele lugar não apanhava ar e sol há dias. Estava um pouco desarrumado mas nada preocupante.




- Noah. - chamei e fui em direção ao seu quarto.




Não estava ninguém em casa e isso me preocupou. Luan estava escorado no sofá de braços cruzados esperando por mim.




- Ele não está e acho que não vem aqui há dias ou semanas. - suspirei - E se algo aconteceu?

- Hey, ele está bem, ok? - passou as mãos em meus braços.

- Como você pode dizer isso? Esta casa parece abandonada, parece que ninguém vem aqui há tempos.

- Eu te garanto que ele está bem.

- Qual garantia você tem, Luan? - me soltei dele. - Eu estou preocupada e tenho motivos. Ele nem me atende o celular.

- Eu sei que não tenho garantias pra te dar, mas acredita em mim, ele está bem. Talvez tenha ido viajar a trabalho ou isso... - o olhei incrédula - Ele pode ter arranjado alguma coisa pra fazer Alexa, afinal ele precisa de dinheiro para os vícios, certo?

- É, vendo por esse lado você tem razão, mas mesmo assim eu não estou tranquila. Eu vou falar com a vizinha, ela sempre sabe de tudo.




A vizinha disse que tinha visto o meu irmão há mais de duas semanas atrás saindo com algumas malas e entrando num carro preto, mas não sabia de mais nada.




- E aí? - me assustei com Luan aparecendo atrás de mim.

- Ela disse que ele saiu há mais de duas semanas com malas. Para onde ele foi, Luan? - me desesperei.

- Ele vai dar sinal de vida em breve, fica calma. Afinal você é a única família dele, ele não vai querer estar longe de você.

- Tem a nossa tia, que cuidou da gente quando os meus pais morreram, mas ele não iria para lá. Quando o Noah fez 18 e disse que iria viver na casa dos nossos pais e que ficaria responsável por mim, a nossa tia não aceitou muito bem, ela queria continuar cuidando da gente, mas o Noah é cabeça dura e eles acabaram brigando. Eu e ela ainda temos contacto e uma boa relação, mas o Noah não.

- E amigos próximos?

- Não conheço nenhum, ele sempre conhecia todo o mundo, nunca conheci nenhum amigo mais próximo.

- O melhor é aguardar ele dar notícias, vamos embora. - falou meigo e encarei-o.

- E se algo der errado? - questionei.

- E se der certo? E se ele estiver bem? Se apega apenas aos pensamentos positivos, ok? - assenti e descemos as pequenas escadas da frente da minha casa.




Estávamos voltando para o carro quando fomos interrompidos por alguém me chamando.




- Alexa, é mesmo você. - um rapaz loiro de olho verde apareceu no meu campo de visão. Eu já não o via há tanto tempo.

- Rick. - sorri e fui até ele abraçá-lo.

- Nem acredito que te encontro aqui, o que é feito de você? - me analisou por completo e me deu um sorriso enorme.

- Eu estou morando um pouco longe daqui, estou trabalhando como assistente de um cantor.

- Uau, que coisa boa. Você mudou a sua vida então.

- É, mudei. - sorri e percebi o quão ele tinha mudado, estava mais homem, com um corpo mais malhado e usava uma barba rala que lhe dava um charme. - E você, o que faz por aqui?

- Estou ajudando o meu pai na instalação de ar condicionado numa casa aqui na rua, estava indo pegar algumas coisas na camionete.

- Alexa, vamos? - Luan me avisou e assenti.

- Tenho de ir, Rick. Foi incrível te encontrar de novo.

- Foi incrível mesmo. Ele é teu namorado? - perguntou olhando Luan de relance.

- Não.

- Então fica com o meu número, vamos marcar alguma coisa, eu quero te ver novamente.

- Pode deixar. - peguei no seu cartãozinho e abracei-o uma última vez antes de voltar para o carro.




Luan não disse nada durante alguns minutos. Eu espero que ele não tenha ficado chateado porque não lhe dei atenção quando encontrei o Rick.




- Luan... - chamei o encarando.

- Sim. -  respondeu sem me olhar,

- Está tudo bem? - ele riu fraco e me olhou.

- Está tudo ótimo. - voltou a olhar para a estrada na sua frente. - Aquele cara era seu amigo?

- É... mais ou menos.

- Como assim, mais ou menos?

- Ele é meu ex-namorado.

- Hum. - murmurou - Pelo visto ele é especial pra você.

- Posso dizer que sim.

- Você perdeu a virgindade com ele, acertei? - riu fraco.

- Acertou. - respondi - Mas a nossa relação passou a ser mais amizade e decidimos acabar.

- Então foi com ele que você aprendeu a fazer um boq...

- Luan! - disse em tom repreendedor e ele riu. - Você não precisa saber disso.

- Acho que acertei mais uma vez, você aprendeu sim a fazer um bo...

- Luan! - gritei de novo e ele riu me zoando.





Elisa tinha deixado o jantar quase pronto, era só preciso colocar no forno. Mas ainda era cedo. Tomei um banho e desci. Luan estava no telefone e ainda apanhei um pouco da sua conversa.




- Sim Tati, vem aqui mais logo, tenho de te recompensar por ontem... Cê sabe que eu sempre dou as melhores recompensas... O que importa a cor da lingerie se você vai ficar sem nada? Vem sem nada mesmo.... Tá, até mais.




Segui para a cozinha irritada. Luan tinha dormido comigo na noite passada e agora já estava marcando com outra? Pior, ele estava marcando de transar com outra no quarto dele sabendo que eu escuto.

Coloquei o frango com batatas e legumes no forno e arrumei a mesa para me distrair. Se eu ouvisse algum grito ou gemido da amiguinha dele, eu juro que ele iria pagar por isso.

Quando o jantar estava pronto, Luan apareceu. Ele estava com outra roupa e estava cheiroso.




- Vai sair? - perguntei me fazendo de desentendida.

- Não, mas vou ter visita.

- E é preciso tudo isso? - ri fraco.

- É, Alexa, é preciso tudo isto. Porquê? Você está com ciúme porque eu não me arrumo tanto pra você?

- Você é muito rídiculo, eu também não me arrumo pra você.

- Não? Você foi ontem ao meu quarto vestindo apenas um vestidinho curto e decotado, a sua intenção não era eu reparar no seu corpo? - levantou uma sobrancelha todo presunçoso.

- Você já viu o que tinha por baixo, não tinha por que me esconder.

- Hum, pode começar andando nua pela casa então. - ironizou e dei-lhe um pontapé fazendo-o rir.





Estava no quarto tentando ler um livro que encontrei na pequena biblioteca de Luan quando ouvi um baque na parede. Seguido de outro e de um gritinho de mulher. Bufei irritada e me levantei. O quarto estava quente e me lembrou que o ar condicionado estava quebrado. Tirei o casaquinho que vestia e fiquei apenas de short de pijama e top de renda. Basculhei a minha calça suja e encontrei o que queria - o cartão do Rick.

O pai dele tinha uma empresa de ar condicionado, o Rick percebia disso. Eu estava precisando de arranjar o meu ar e de passar tempo com alguém que não seja o Luan. Disquei o seu número e combinei dele vir aqui agora mesmo, Luan iria ver o quão irritante e vingativa eu poderia ser. Ele não iria gostar nada disso.

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