terça-feira, 27 de dezembro de 2016

9 - Banho & Castigo




- Desçam por favor, eu já vou conversar com vocês. - Luan falou em tom baixo e a família dele assentiu saindo. 




Luan se virou e me olhou pensativo. Tomei a iniciativa e fui até ele. 




- Você está bem? - indaguei tocando no seu braço tenso que foi relaxando aos poucos debaixo da minha mão. 

- Volta a dormir, Alexa. Está tudo bem, não fica preocupada.

- Quem é ela? - perguntei curiosa e Luan suspirou.

- Ninguém que você conheça e tenha de se preocupar. Volta a dormir, tá bom? - me olhou cuidadoso e assenti.

- Se você quiser conversar, estou aqui. 

- Obrigado, eu volto já. Agora dorme, vamos começar uma semana de shows e quanto mais você descansar melhor.

- Você também precisa descansar, então vê se não demora. - ele assentiu sorrindo.




Luan se aproximou e me deu um beijo na testa. Ri com o seu gesto, Luan estava diferente daquele mandão e teimoso que sempre era.




- O que tem tanta piada? - perguntou semicerrando o olhar para mim.

- Nada. - virei costas e voltei para a cama, ainda rindo.

- Quando eu voltar você irá me dizer. - ameaçou e ri negando - Não? Isso é o que veremos. 




Voltei a me deitar mas já não conseguia dormir. Luan tinha deixado a minha mala daquela noite ali no seu quarto, me levantei e, depois de pegar nas minhas coisas, fui para o banheiro, um bom banho é a melhor forma de começar o dia. 

Enxaguava o meu cabelo quando senti mãos na minha cintura. Me assustei mas aquele toque era conhecido por mim - Luan. 




- Sou eu, desculpa te assustar. - me virei para o olhar e reparei que ele estava nu. - Eu preciso de você agora. - o seu membro cutucou a minha cintura e ofeguei assentindo. 

- Também quero sentir você. - admiti e Luan sorriu antes de me beijar. 




A maneira como ele me tocava demonstrava uma necessidade enorme, como se aquilo fosse uma forma dele esquecer e escapar do que lhe aconteceu antes. 

Quando voltámos para o quarto embrulhados em toalhas, Luan parecia mais calmo e relaxado. 




- Você ainda não me disse do que estava rindo. - me encarou com um sorriso de canto e ri fraco.

- Já esqueci. - menti.

- Não me parece que você esqueceu mesmo. - se aproximou um pouco e dei alguns passos para trás. - Você vai me dizer a bem ou a mal? - me prensou na parede com ambos os braços ao lado do meu tronco. 

- Eu já não lembro, estou falando sério.

- Lembra do castigo que eu te prometi? Ele pode piorar se você não contar a verdade. - me olhou sério e engoli em seco, ele estava mesmo disposto a me castigar e, confesso, que estava curiosa para saber o que ele tinha em mente.

- Eu ri da sua maneira de ser, você foi fofo comigo. - admiti com vergonha e ele arregalou os olhos surpreso, talvez não deu conta de como me tratou.

- Você achou que eu fui fofo?

- Achei, o Luan que eu conheço não é assim com as mulheres, o máximo que você faria era me mandar dormir, mas você mostrou preocupação e até me deu um beijo na testa. - ri fraco e ele me acompanhou.

- Sortuda você hein? - zoou - Não são todas que têm direito a isso. - piscou o olho e se afastou um pouco - Mas também não são todas que recebem castigos, você é mesmo sortuda.

- Ou azarenta. - fiz uma careta e ele riu.

- Acho que estar presa a uma cama recebendo prazer não é tão ruim assim. - estreitou o olhar para mim.

- Estar presa... - repeti sentindo o quão fortes aquelas palavras eram, me fizeram arrepiar. 

- Aham, isso é só um começo do que quero fazer com você, agora se arruma, temos uma viagem em menos de uma hora. 




***



Luan foi a viagem toda calado, eu via o quão distante o seu olhar estava. 




- Boi cê vai ficar assim sempre? - Rober perguntou chamando a atenção de Luan.

- Assim como? - respondeu ainda meio distraído.

- Pensativo, preocupado. O seu pai me falou o que aconteceu, ela não vai chegar perto.

- Como você sabe? Ela estava perto do meu condomínio, o que ela quer afinal? Por que ela voltou? - questionou nervoso.

- Não sei, mas ela não pode fazer nada. Ela está proibida de entrar no condomínio e não é tão fácil ter contacto com você. - desviei o olhar para a janela mas continuava ouvindo a conversa deles e ficava cada vez mais curiosa. 

- Se ela quiser falar comigo eu falo com ela, não tenho medo, mas não a quero ver mais na minha vida.  - Luan disse suspirando fundo. 

- O seu pai vai avisar a segurança para ficarem mais atentos, independentemente do que ela veio aqui fazer, não vai ter sucesso.

- Espero bem que não. Já se passaram anos Rober e ela ainda mexe comigo, mas agora de um jeito ruim. - Luan admitiu - Espero que ela não mexa com ninguém próximo de mim. Eu acho que perderia a cabeça se estivesse cara a cara com ela.

- Não fala isso, você já passou bastante por causa dela, ela não pode te afetar mais. Não pensa nisso. Você quer alguém esta noite? - Rober perguntou e olhei os dois automaticamente.




Luan me olhou e voltou a encarar Rober, 




- Não, não preciso de ninguém. - respondeu e me senti aliviada. Depois de transarmos de manhã se ele quisesse alguém esta noite, iria ser tão mau como daquela vez em que ele chamou a Tati. Fiquei feliz por ele levar em conta e respeitado os meus princípios. 

- Tudo bem, se mudar de ideia me avisa. 




Chegámos em Minas na hora do almoço e Luan pediu para parar num restaurante. Ele estava com saudades de comida mineira e, depois de comer tudo que queria, parecia bem mais alegre e despreocupado. 


O show de hoje estava chegando e depois de me arrumar fui ter com Rober para ele me dizer o que eu tinha de fazer naquela noite. Apenas teria de conferir se o camarim estava com tudo que foi pedido e distribuir as pulseiras pelas vencedoras das promoções que conheceriam Luan. 

Quando ele atendeu a última fã, pediu para que o acompanhasse até ao seu camarim. Ele trocou a camisa e se sentou a meu lado bebendo água. 




- Quando você chegar no hotel pede um café bem forte para a gente.

- Café? - perguntei não entendendo nada do que ele queria fizer.

- Sim, café. Depois sobe até ao meu quarto, eu já terei tomado banho e estarei pronto para te castigar. 

- E o café é para quê mesmo?

- Para a gente ficar acordado a noite toda.

- Você não precisa fazer isso Luan, que ideia doida querer me castigar. - me levantei mas ele me puxou e caí no seu colo.

- Não ouse me desobedecer novamente, senão eu farei questão de ir até ao seu quarto e te dar o que você merece. - me ameaçou e engoli em seco. Nunca ninguém me tratou assim, nem sei se é bom ou ruim. Ele disse que iria me prender, será que Luan tinha gostos peculiares como o Christian Grey? 

- Você vai me magoar? - perguntei assustada e Luan riu.

- Você está pensando que eu sou aquele cara de 50 Tons? - questionou rindo da minha cara, como ele adivinhou o meu pensamento? - Eu não sou assim Alexa, mas não posso negar que ter uma mulher presa à minha mercê não me agrada. 

- Então nada de chicotes, de olhos vendados, de violência...

- Olhos vendados, talvez. - me encarou - O resto não, mas não queira saber demais, será melhor para você ir sem saber de nada.

- Isso não é nem um pouco bom de ouvir, Luan.

- Eu não te vou magoar, fica tranquila. - passou o nariz pelo meu pescoço absorvendo o meu cheiro para si - Vê se amarra esse cabelo antes de ir ter comigo. 




Me levantou e fez o mesmo em seguida. Me ajeitei e Luan foi aquecer a voz. Lembrei que Rober me pediu para conferir as garrafinhas de água que ficavam no palco e saí indo fazer isso. O meu corpo estava quente, quase em combustão, desejando o Luan e curioso para saber como seria a nossa noite. 

Aquele homem amável e divertido em cima do palco, cantando, não era nem de perto o mesmo que iria acabar comigo durante a noite. Luan conseguia ser aquela pessoa confiável e temível ao mesmo tempo. Mas eu sei que ser carinhoso fazia parte dele, talvez parte do seu passado, mas ainda assim, fazia parte de quem ele era e é. 




***



Estava com uma bandeja com duas xícaras de café em mãos, o meu cabelo preso e o meu coração batendo forte, enquanto caminhava até ao quarto de Luan. Bati e esperei alguns minutos até ele abrir. Ele vestia apenas um calção de malha deixando a barra da sua cueca aparecer. O seu cabelo estava molhado e arrumado para trás com os dedos. 




- Estou adorando tudo isso. - Luan disse quando passei por ele e logo ouvi a porta bater.

- Adorando o quê? Me torturar?

- Não, você me obedecer. - pegou numa xícara e tomou o café de uma vez me incentivando a fazer o mesmo. 

- Que fique bem claro que eu estou aqui porque quero, não porque você me intimou a isso ou como se eu estivesse, de facto, com medo do seu castigo.

- E você não está? - ironizou e neguei. - Mentirosa. - me empurrou para cima da cama. - Pode se despir. - pediu e ri fraco negando.

- Eu não vou fazer nada, se você me quer nua, faça você mesmo isso. - o desafiei e vi um sorriso crescer em seus lábios.

- Você só piora a sua situação. - subiu para cima de mim colocando uma perna de cada lado da minha cintura. 

- Ah é? Hum, estou curiosa para saber como será. 

- Você é uma garota muito má, sabia?

- Então me mostra o que as garotas más merecem. - Luan riu fraco e passou a mão por cima dos meus seios ainda cobertos pelo tecido do vestido. 

- Levanta os braços. - ordenou e engoli em seco pensando que ele iria me prender - Quero ver o seu corpo debaixo desse vestido. - explicou e respirei com alívio. 




Ele passou o tecido pela minha cabeça me deixando apenas de lingerie. Pensei que isso fosse o suficiente por enquanto mas ele também tirou o meu sutiã. 




- Fica com os braços levantados ainda. - fiquei tensa - Que cara é essa, ruivinha? Você não estava toda corajosa e provocadora há pouco?!

- Continuo assim, não estou com medo.

- Você continua mentindo. - reprovou a minha ação - E eu vou te prender agora mesmo. - me puxou mais para cima e agarrou os meus pulsos os levando até à cabeceira da cama onde os prendeu com o meu vestido. 

- Está doendo. - menti, eu apenas não queria me sentir tão impotente. 

- Não está não. - apertou o meu mamilo e ofeguei - Está vendo, você está bem e continua sendo uma mentirosinha. - disse antes de cair de boca neles. 




Gemi em frustração depois dele chupar os meus seios por uns cinco minutos. Eles estavam duros e vermelhos e isso fez Luan sorrir convencido. Desceu os beijos para a minha barriga e marcou-a com chupões, fez o mesmo com as minhas coxas e, quando pensei que não tinha como piorar, ele afastou a minha calcinha e passou a língua por toda a extensão do meu sexo. 




- Luan... - gemi e ele me olhou.

- Você quer que eu pare?

- Não, mas não me tortura mais. - pedi e ele riu.

- Quem dá as ordens aqui sou eu. - bateu na minha perna e estremeci - Se eu ouvir um gemido ou algo saindo da sua boca, eu juro que não vou te deixar ter um orgasmo esta noite. 

- Mas isso é impossível. - rebati.

- Por isso é que é um castigo, vai encarar ou prefere que tape a sua boquinha? - me fuzilou e fechei os olhos.

- Você é um imbecil. - xinguei com raiva e ele riu me penetrando com um dedo.

- Shhh. - me mandou calar antes mesmo de eu poder dizer alguma coisa - Quero esses olhos bem abertos me olhando.  - O encarei e todo o meu corpo estava tremendo, eu nunca imaginei que passaria por algo assim. Embora me assustasse eu estava gostando de ver Luan no comando me desafiando e ameaçando. 




Ele juntou mais dois dedos e mordi o meu lábio para me impedir de gritar de desejo. A mão livre de Luan apertava a minha cintura e coxa deixando a minha pele vermelha. Quando estava quase gozando, Luan parou e tirou os dedos de mim. Abri os olhos a tempo de o ver com eles na sua boca me olhando com satisfação.




- O que os seus olhos estavam fazendo fechados? - perguntou com dureza na voz - Você queria mais?

- Você nem terminou o serviço, lógico que queria mais. - rebati em provocação e ele riu.

- Nem irei terminar até que eu queira, eu é que mando, esqueceu? - neguei bufando. 




Luan se levantou e tirou o calção, em seguida tirou a minha calcinha me deixando exposta para ele. O seu corpo cobriu o meu e senti o volume na sua cueca se esfregar na minha intimidade. 




- Nem experimenta gemer. - me avisou e mordeu o lóbulo da minha orelha antes de atacar o meu pescoço. Aproveitei a sua proximidade e beijei o seu ombro e pescoço. 




Luan ofegou gostando dos meus lábios na sua pele. As suas mãos apertavam os meus seios enquanto o seu quadril continuava remexendo me deixando perto do precipício. 

Mexi o meu quadril em compasso com o seu buscando algum tipo de prazer e libertação. Estava próxima quando o celular de Luan tocou e ele se afastou. 




- Não, não atende. - choraminguei e esfreguei as pernas uma na outra frustrada.

- Eu vou entender e você vai afastar essas pernas agora, ou vai ficar assim até amanhã. 

- Você acha bonito me deixar assim, de repente? Volta aqui e continua.

- Você não me dá ordens, e agora pernas abertas, ou vou precisar de as prender também?




Luan pegou no celular e atendeu enquanto me encarava esfomeado. Era Rober e parece que conversavam sobre a agenda do dia seguinte. Tinha vontade de matar aquele baixinho. Quando ele desligou, vestiu novamente o calção e uma camiseta e o olhei incrédula.



- O que você está fazendo? - perguntei desesperada e ele riu me olhando.

- Tive uma ideia para te atormentar ainda mais, mas preciso descer. Enquanto isso aproveita para descansar. - piscou o olho e saiu me fazendo xingá-lo dos piores nomes. 



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