quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

15 - Reviravolta & Nova Vida




Elisa apareceu apavorada na sala e ao me ver, ainda mais apavorado, correu ao meu encontro me abraçando.




- Ah menino... - choramingou.

- Ela te fez alguma coisa Elisa? - a analisei e ela negou.

- Não, ela apenas me obrigou a distrair a menina Alexa enquanto estava com você. Eu pensei em chamar alguém mas ela estava com uma arma. - disse assustada - Ela voltou mais louca ainda. Mas você está bem? - passou a mão no meu rosto e na minha blusa, ainda aberta e, aproveitei para a fechar.

- Eu não estou nem um pouco bem, mas eu preciso ir atrás da Alexa.

- Ela saiu com ela? - questionou preocupada e assenti.

- Ela entendeu tudo mal. Liga para o Rober e pede para ele accionar o ship do meu carro, avisa os meus pais e pede para eles esperarem aqui, eu prometo voltar.

- Cuidado Luan.




Saí correndo e entrei no meu carro. Não sei qual é o carro da Sandra, nem tão pouco para onde elas foram, mas esperava conseguir alguma pista. Assim que passei pelos portões do condomínio segui a longa estrada que tinha na frente. Eu teria de conseguir apanhá-las nesta avenida praticamente deserta.

Um carro mais na frente chamou a minha atenção, era cinza e parecia ter duas pessoas dentro, conduzia a uma velocidade alta e, isso só me fez ter a certeza quase absoluta de que eram elas. Aproximei-me um pouco mais e consegui ver os cabelos ruivos de Alexa, eram elas sim.

Tentei não me colar muito ao carro dela, eu nem sabia o que estava fazendo. Só queria ter certeza de que Alexa estava bem.





Alexa POV



Eu ainda não estava acreditando no que aconteceu. Ainda custava acreditar que Luan foi capaz de beijar a minha amiga e, se eu não aparecesse, quem sabe fazer mais coisas com ela. Eu sei que não somos namorados ou algo do género, mas ele me prometeu a sua exclusividade, ele prometeu que seria apenas meu. Teresa tentava me fazer parar de chorar, eu estava despedaçada, Luan traiu a minha confiança.




- Eu sabia que isso ia acontecer. - Teresa disse receosa.

- Do que você está falando?

- O Luan é assim, Alexa. Ele não é aquele cara legal que você conheceu, ele é ruim.

- Por que você está falando com tanta certeza? - a encarei curiosa.

- A gente se conhece há alguns anos. - confessou, agora entendi porque Luan ficou tenso com ela, ele não esperava ver alguém do passado...

- Vocês namoraram?

- Não. - disse rápido - A gente ficava, do mesmo jeito que vocês. Eu era uma garota terminando a minha faculdade de farmácia e ele apareceu na minha vida. Nos conhecemos num show dele, ele pediu para o Rober me levar no camarim.

- O que ele fez com você?

- O que iria fazer com você. - me olhou com pena - Ele tirou toda a minha inocência e ingenuidade, tudo de bom que eu tinha foi destruído por ele. O Luan me usava como um brinquedo sexual enquanto fingia gostar de mim.

- Como você descobriu que ele andava brincando com você?

- Eu descobri quando ele me expulsou da casa dele, disse que não me queria mais, para eu o esquecer e fazer a minha vida sem ele.

- Do nada? - indaguei chocada.

- Do nada.-  confirmou - Ele pegou nas minhas coisas e me jogou na rua, me deixou sem teto. Você sabe que os meus pais moram no Canadá, antes de conhecer o Luan eu dividia um apê com alguns amigos da faculdade, mas eu larguei tudo para viver com ele. Foram seis meses me enganando.





Seis meses. Seis meses é o tempo do meu contrato na LS Music, contrato esse que eu não posso quebrar. Luan já tinha tudo pensado, ele queria me usar também. Queria fazer de mim a sua acompanhante para depois me jogar na rua como se eu fosse lixo.





- Ele é um monstro. - disse com mágoa e ódio - Eu sinto muito pelo que ele te fez.

- Desculpa por te ter mentido, mas eu precisava que você percebesse quem ele é de verdade. Eu voltei para me vingar e quando soube que ele tinha alguém morando na casa dele eu fiquei alerta até descobrir que era você. Eu estava te protegendo do que ele iria te fazer. Você é a única amiga de verdade que eu tenho agora.

- Posso dizer o mesmo. - sorri fraco entre as lágrimas.

- Quando ele me despiu e me colou na parede eu queria gritar, mas ele disse que me faria bem pior do que antes, então me beijou... - contou e o meu coração doía por ela, pela traição de Luan, pelo fingimento dele, como eu me deixei enganar?

- O contrato que eu tenho com a empresa é de seis meses, eu não posso quebrá-lo, eu não sei o que fazer.

- Calma, eu vou te ajudar. Todo o contrato tem uma falha, a gente vai encontrar uma e te libertar dele. - falou apertando a minha mão - Mas há outra coisa que eu tenho pra te contar. - a olhei cuidadosa esperando pelo que viria - O seu irmão...

- O que tem o meu irmão? - perguntei com o coração querendo sair.

- O Luan anda pagando uma boa vida para ele em Salvador, casa, carro, festas, mulheres, tudo que um homem quer.

- Mas ele não me contou nada disso. - rebati.

- Se você descobrisse, o Luan iria arrumar um jeito de castigar o seu irmão.

- E por que você está me contando? - perguntei confusa, reparei que estávamos numa estrada um pouco ruim, onde passavam imensos camiões e tinha uma ribanceira do nosso lado, acho que nunca passei por aqui.

- Porque eu preciso de você, preciso da sua ajuda para desmascarar o Luan e fazê-lo pagar por tudo que nos fez. Você topa ser minha parceira?

- Eu não sei... eu não gosto de vingança.

- O que você tem a perder Alexa? Nada. Você acha legal ele fazer isso com pessoas inocentes como a gente, acha legal ele usar o seu irmão para, quem sabe, te chantagear no futuro?

- E o que você está pensando? - ela tinha razão nas coisas que dizia, Luan tinha de pagar por tudo, eu não quero que ele use o Noah para fazer o que quiser de mim.

- Você aceita me ajudar? - perguntou querendo ter certeza.

- Eu aceito.




Teresa começou me explicando algumas coisas de forma geral, mas em questão de momentos tudo que vi foi escuridão.





Luan POV



NÃO! NÃO! NÃO! O carro não pode ter se despenhado, não pode. Será que Sandra queria matar Alexa? Será que foi acidente? O que realmente aconteceu, Deus?

Parei imediatamente e saí correndo, o carro estava capotado e preso numa pedra no final da ribanceira. Era uma zona íngreme, eu não conseguiria ir lá. Outras pessoas pararam também e começaram a alertar a polícia, os bombeiros e a ambulância. Eu não sabia o que fazer.





- Luan entra no carro. - Rober disse sério ao meu lado, nem tinha percebido que ele estava ali.

- Você me seguiu? - perguntei e ele assentiu.

- Você mandou accionar o ship, fiquei sem entender nada, mas sabia que era grave. Agora, entra no carro, o Well está lá e vai te levar.

- Eu não vou pra casa. Eu quero acompanhar a Alexa, eu quero saber como ela está. - disse irredutível, ninguém me tiraria dali sem ela.

- Eu cuido disso pra você, eu a acompanho e te aviso quando chegar no hospital.

- Se ela chegar né... - senti um nó se formar na minha garganta e Rober apertou meu ombro.

- Vá lá, confia em mim, eu te deixo avisado de tudo. - me garantiu e eu confiava nele.





Assenti sabendo que, talvez, seria a melhor opção. Não seria nada bom me verem ali e eu não queria dar satisfação a ninguém.

Voltei em silêncio com Well conduzindo o meu carro. Eu nem tinha percebido que as persegui por tanto tempo, só na volta eu reparei que se passou mais de meia hora. Well estava quase entrando no condomínio quando Rober me ligou.





- Rober como ela está? - perguntei aflito.

- Tem calma, ela está viva. - disse me deixando aliviado. - Mas está desacordada, pedi para a levarem para o Hospital Albert Einstein, aí no Alphaville.

- Obrigado Testa, eu vou esperar lá. - desliguei e mandei Well seguir para o hospital, eu iria providenciar o melhor para ela.





Alexa estava na sala de cirurgia, pelo que me disseram ela sofreu um traumatismo craniano e precisariam de evitar que o sangue coagulasse. Fora isso, ela estava com uma perna quebrada e vários arranhões.

Longas horas se passaram até o médico aparecer com novas informações. A minha família já estava comigo e isso me deu algum alento.





- A cirurgia correu bem. - o médico avisou e respirei sentindo um peso sair de mim - Mas... - disse e voltei a ficar com o coração apertado, lógico que nada poderia estar completamente bem - Ela está em coma.

- Em coma? - disse sem acreditar.

- Mas as perspectivas são boas, embora não lhe posso dar muitas certezas, mas dentro de dias ela pode acordar.

- Faça os possíveis e os impossíveis para que ela fique completamente bem, doutor. - disse mais sério e ele assentiu. - Posso vê-la?

- Claro, ela é sua namorada? Você vai passar a noite com ela?

- Sim eu sou namorado e, sim, eu vou passar a noite. - decidi na hora, mas lógico que eu ficaria, pelo menos até começarem os compromissos novamente. Já a parte de dizer que a gente namorava foi impulso, eu não sei porque disse isso.

- Filho?! - a minha mãe disse confusa querendo explicações.

- Depois eu explico tudo mamusca. - falei a acalmando, mas também não sabia como lhe explicar.

- Você quer que eu fique com você? - Bruna ofereceu e assenti, seria bom tê-la comigo.





Sei que ia contra as regras ficar mais do que uma pessoa no quarto, mas eu não era qualquer pessoa e o médico autorizou a presença da minha irmã. Rober disse que Sandra tinha ido para outro hospital, esperava que ela morresse. Sim, eu sei que não se deve desejar a morte a ninguém, mas aquela mulher merece. Acreditem em mim.

Alexa estava ligada às máquinas visivelmente machucada, vários cortes em seu rosto e nos lábios, aqueles lábios que eu amava, parte do seu cabelo estava raspado por causa da cirurgia, mas nem isso a deixava feia. Eu sabia que ela ia acordar, eu ia me explicar e tudo iria ficar bem.





- Mesmo assim ela continua linda, que inveja. - Bruna disse brincando e sorri fraco, sabia que ela me faria bem - Você tirou a sorte grande, nem acordando essa mulher deve ser feia.

- Ela não é mesmo. - garanti - Continua linda. - acariciei a sua mão onde um catéter estava introduzido.

- Verdade que vocês namoram? - a encarei e neguei.

- Não, nem sei porque disse aquilo.

- Eu acho que sabe sim. - me pressionou - Você está gostando dela de verdade e quer que ela seja sua namorada.

- Eu não tenho cabeça para relacionamentos, Bruna.

- Claro que você tem, você só tem é medo de se magoar de novo, mas nem todas são como a Sandra. - me abraçou de lado descansando a sua cabeça em meu ombro - Agora me explica tudo que aconteceu.




Pedi para nos sentarmos e comecei contando tudo. Reviver as memórias da tarde eram um tormento, eu sentia tudo novamente, como era possível alguém me fazer sentir tão mal assim? Bruna me abraçava e fazia carinho em meu cabelo.




- Essa mulher tem de pagar por tudo isso, Lu. - disse no fim. - Ela é doente.

- Só espero que a Alexa me deixe contar tudo.

- Ela vai, até porque ela está com a perna quebrada, não tem muito por onde fugir. - me fez rir.

- Só você para me fazer bem num momento destes. - a abracei - Obrigado Bubu, eu te amo.

- Eu muito mais, meu chatinho. - beijou o meu rosto e ficamos naquele grude por mais algum tempo.





Havia um sofá-cama no quarto de Alexa, não era muito grande, mas cabia perfeitamente duas pessoas. Havia cobertores no armário e foi assim que passei a noite. Alexa estava em coma e o mais certo seria acordar dentro de dias, não nas próximas horas, mas eu queria acreditar que seria rápido.


***


UM MÊS se passou e Alexa continuava igual. Bruna me prometeu passar todos os dias lá para me dar notícias mas todos os dias era a mesma coisa, "ela continua em coma Lu". Pressionei o médico, ele me disse que demoraria dias, não semanas. Mas ele argumentou dizendo que não tinha controle sobre isso, só dependia dela. Acho que nunca orei tanto na minha vida. Sempre que estava em Sampa eu ficava lá com ela, cantava para ela, contava como foram os meus dias e até falava das saudades que as minhas fãs começavam a ter dela e, claro, que eu também tinha. Mais nenhuma mulher se deitou na minha cama, eu não tinha cabeça para isso e, agora, a minha cama pertencia a Alexa. Eu continuava sendo dela e esperava que ela continuasse sendo minha. Fiquei sabendo que Teresa não sofreu tanto, apenas partiu um braço e o pescoço. É o que dizem, vaso ruim não quebra fácil. 

Estava sentando ao lado da sua cama, acariciava o seu rosto onde, agora, só tinha algumas cicatrizes. A zona raspada do seu cabelo já tinha crescido um pouco, mas ela continuava igual, nada mudava. Desejava que ela me escutasse e me sentisse ali com ela, quem sabe isso não a faria querer voltar para a vida real, voltar para mim.




"Que tal apostar a gente não se fala mais por um mês,
você vai ver que o tempo não muda nada, nada, nada, nada.
Eu tô aí, mesmo sem estar" ♫




Cantarolei tentando que ela ouvisse e acordasse, eu tinha saudade do seu sorriso, dos seus olhos verdes, dos seus cabelos em cima de mim. Tinha saudade do seu cheiro, da sua pele macia, do seu toque suave quando me acordava.




- Acorda amor. Eu preciso de você me provocando e me fazendo correr atrás de você, a gente sempre terminava aos beijos na cama, ou até no sofá. - ri fraco - As noites no hotel são tão vazias e tristes sem você, eu vou para o show querendo que ele dure a noite inteira, só para eu não ter de voltar para o hotel e não te ter do meu lado. Olha só o que você fez comigo? Me deixou um sentimental, até pareço um bobo apaixonado.

- Isso porque você é. - Bruna disse me assustando. - Você está caídinho por ela, é tão difícil assim pra você perceber isso?

- Só quero que ela acorde. - mudei se assunto.

- E que te entenda e que aceite o seu pedido de namoro.

- Você está fazendo muitos filmes.

- Vai dizer que você não a quer como namorada? Acho que nem o Breno que é apaixonado por mim seria capaz de dizer coisas tão lindas como você disse pra ela. E você ainda diz que não está apaixonado, imagina se estivesse. - ironizou e sorri tímido.

- O tempo dirá isso. - ela deu de ombros sabendo que eu não me prolongaria muito mais sobre esse assunto.




Voltei para casa exausto, eu tinha chegado de viagem hoje de manhã e fui direto para o hospital. Elisa terminava o almoço e sorriu doce assim que me viu.




- Fiz bife acebolado.

- Nossa, que bom. - me deliciei - Só você pra me mimar.

- Você merece.




Elisa me serviu e pedi que se sentasse a meu lado, Bruna tinha ficado no hospital enquanto eu vim tomar um banho e almoçar.

Terminei o meu banho e o meu celular não parava de tocar. Tinha imensas chamadas da minha irmã, liguei imediatamente.




- Ela acordou Luan, ela acordou. - disse empolgada.

- Já estou indo.




Foi sem dúvida a melhor notícia que eu recebi na vida. Estava tão aliviado, o meu coração pulsava animado. Só queria vê-la, abraçá-la, beijá-la. Ouvir a sua voz de novo, ver o seu sorriso e os seus olhos me analisando. Só queria ver Alexa bem. Me vesti em cinco minutos e saí correndo, o meu cabelo grande estava molhado e caía na minha cara, mas nem isso me fez perder tempo para arrumá-lo.

Cheguei na porta do quarto e Bruna me esperava.




- O doutor está fazendo alguns exames e ver se ela está bem. Ainda não podemos entrar.

- Como foi que ela acordou?

- Eu estava no instagram distraída e parece que a vi se mexendo mas quando olhei ela continuava igual. Até me assustei, mas depois ela começou falando.

- O que ela disse?

- Ela chamou pelo irmão, ela só dizia "Noah, Noah, Noah".

- Tomara que ela esteja completamente bem.

- Ela me viu e fez uma cara estranha. - Bruna constou - Parecia que nem me conhecia, resolvi ir chamar logo o doutor.




O médico saiu do quarto e corri para ele, a ansiedade me comia por dentro.




- Então doutor? - perguntei arrumando os meus cabelos como dava.

- Ela acordou e está quase bem.

- Quase? Como assim? - perguntei me preocupando.

- Parece que ela teve um lapso de memória, ela não lembra do acidente. Preciso que vocês entrem e tirem essa dúvida.




Assenti e fui atrás dele. Confesso que tremia de nervoso em vê-la novamente. Mas quando a porta se abriu eu a vi, linda, com a cara rosadinha, os cabelos soltos e o olhar fixo na janela.

Ela se virou e sorriu assim que me viu, será que ela se lembra de mim?




- Oi. - disse um pouco sem graça.

- Olá Luan.

- Você lembra dele? - o médico perguntou apontando algo na sua prancheta. - Do que você lembra?

- Eu lembro, ele me levou para casa dele e me deu um emprego. Não me diga que já fui despedida?!! - brincou e ri fraco, finalmente vi a alegria estampada na sua cara.

- Não, você tem sido uma ótima funcionária.

- Isso já foi há muito tempo, Luan? - o doutor me questionou - Quando vocês se conheceram.

- Sim, já fez três meses ou quatro, eu não sou bom em datas.

- Faz três e uma semana. - Bruna me corrigiu.

- Do que mais você lembra dele, Alexa?




Ela me encarava pensativa tentando forçar a memória.




- Da Debbie, ela é sua amiga.

- Não é mais. - disse firme. - Você se lembra da nossa primeira viagem? Foi para Porto Alegre. - ela negou e sorri triste.

- Aconteceu alguma coisa de muito bom nessa viagem? - perguntou curiosa e assenti, foi o nosso primeiro beijo e a nossa primeira noite.

- Aconteceu, a gente se beijou. - ela arregalou o olhar para mim.

- Nossa, mas foi só isso? - perguntou confusa.




O que eu iria fazer? Alexa parecia que só lembrava dos dois primeiros dias que nos conhecemos, nada mais.




- Doutor, é normal ela não lembrar de muita coisa ultimamente?

- Sim, ela bateu com a cabeça, teve sorte que parece ser apenas uma amnésia psicogénica. Normalmente esse tipo de amnésia é temporário e no caso dela me parece ser retrogada, pois ela não se lembra de momentos anteriores ao trauma, alguns com bastante tempo, é como se os últimos três meses não existissem na memória dela.

- Há cura?

- Sim, o normal é ela se lembrar nos próximos dias, mas há casos em que a perda é permanente e o doente perde trechos completos da sua vida. Fotos, conversas ou até músicas, no seu caso, podem ajudar bastante a recuperar a memória. Mas nos próximos dias faremos um novo diagnóstico, até porque ela necessita de fisioterapia na perna também. - assenti escutando tudo com atenção, demoraria para ela sair do hospital pelos vistos.

- De mim, você se lembra? - Bruna perguntou e Alexa negou - Eu sou a Bruna, irmã do Luan.

- Eu não lembro, moça, desculpa.

- Sem problema. - sorriu triste e se sentou no sofázinho.



O doutor saiu avisando que a enfermeira voltaria em breve para alimentar Alexa e lhe dar banho, eu não me importava de fazer isso, mas sei que ela poderia estranhar.




- Você não me respondeu. - ela me despertou - Aconteceu mais alguma coisa nessa viagem?

- Sim, a gente dormiu junto...

- Dormiu? Ou...

- Algo mais. - esclareci e ela me olhava assustada.

- Isso não foi estranho?

- No começo foi, mais pra você. Eu estava bem com isso. - sorri e apertei a sua mão - E tem mais.

- Mais?

- A gente começou a se relacionar bastante e...

- A gente não casou né? - perguntou com desespero e ri negando.

- Não, não casamos. Mas a gente namora. - contei.

- Luan! - Bruna exclamou e a olhei mandando-a ficar com o bico fechado, eu sabia o que estava fazendo.




Alexa podia não se lembrar de nada, mas pelo menos saberia que eu era seu namorado, mesmo que isso fosse mentira. Mas ela não precisaria de saber, não agora. Se ela perdesse as memórias antigas eu lhe daria novas e melhores. Só a queria ter para mim.

Alexa me olhava séria e assustada, será que ela não gostou de saber disso?





Outro capítulo enorme que merece surra de comentários! Fico à espera amores, senão eu faço mesmo greve, estou falando sério hahah Um beijo <3 

3 comentários:

  1. Ai meu Deus, quantos sustos levei só nesse capítulo. Bonitinho Luan se dizendo namorado dela, espero que em breve seja de verdade sz

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  2. Leitora nova \o/ que fic maravilhosaaa, estou amando! Que biscate essa Teresa viu? Espero que a Alexa lembre das coisas e o luan explique tudo pra ela! Continuaaaaa.

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    1. Bem vinda princesa, obrigada por estar gostando e acompanhando, um beijo <3

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