segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Epílogo


Agora, a nossa casa parecia pequena, principalmente, para Rafael que a percorria vezes sem conta. Ele começou a andar há alguns dias e, mesmo com algumas quedas, ele só queria andar e correr. Não desistia até chegar ao objetivo final. Luan era um pai maravilhoso, como eu sabia que ele seria. Cuidava do nosso filho como se não fosse pai de primeira viagem. Ele tinha nascido, não só para cantar, mas também para ser o melhor pai do mundo. 
Estava sentada no sofá observando Rafael que tentava alcançar um dos quadros da estante. Quando, finalmente, conseguiu pegá-lo começou a rir, como se estivesse provando que tinha vencido algo. 


- Papá. - disse apontando para a foto - Papá. - repetiu e, fiquei tão surpresa pela sua primeira palavra, que nem me importei que tivesse sido "papá" e não "mamã". 
- Diz outra vez, Rafa. - sentei-me no chão ao seu lado. 
- Papá. - levantou-se rápido e começou a correr até Luan, que tinha chegado naquele momento de viagem.
- Papá te ama muito, meu amor. - disse emocionado e me levantei indo até eles. - Quando ele começou falando isso?
- Há pouco. - selei os seus lábios.
- Mamã. - Rafael gritou me encarando e fiquei boquiaberta. 
- Parece que ele tirou o dia para nos matar de emoção e orgulho. - Luan comentou e assenti abraçando as coisas mais preciosas da minha vida. 


Quando saí do hospital, depois de ter Rafael, me mudei para casa de Luan, que agora era minha também. Demorou um pouco até nos entrosarmos e voltarmos a ser um casal intenso e com verdade. Mas ambos queríamos um ao outro, queríamos ficar juntos, e trabalhamos juntos para tal. Marizete ficou zangada comigo por um tempo, mas aos poucos foi reconhecendo que eu tinha mudado e que estava sendo sincera nas minhas palavras e atitudes. 
O meu irmão era outra pessoa que tinha mudado também. Tudo isso com ajuda do Luan. Me enchia o coração vê-los amigos e se dando tão bem. Eu sabia que Noah não se tinha perdido completamente, a essência dele sempre esteve lá à espera de ser resgatada. Mas agora ele está muito mais responsável e feliz. Feliz porque ama e é amado. Ele e a Tatiana são dos casais mais incríveis que conheço, têm uma relação invejável e fazem bem um ao outro. Quem diria que eu ia gostar tanto de uma ex-peguete do Luan? 
Noah e Bruna eram os padrinhos de Rafael e não podíamos ter escolhido melhor. Bruna me ajudava imenso e sempre paparicava o pequeno. 
Agora, eu era mãe a tempo inteiro. Tinha desistido da ideia de ser atriz e descobri que sentia saudades de cuidar das coisas de Luan. Então, juntamente com Marizete, cuidava da parte de solidariedade. Um trabalho que me permitia ficar quase sempre em casa com o meu filho, quando não viajávamos com Luan. 


***


Um ano se passou e Rafael completava dois anos amanhã. Mas não era só isso que a gente celebraria. Tinha chegado o dia do nosso casamento. 
Na hora que entrei na igreja senti os meus olhos marejarem. Parecia surreal, para mim, imaginar que este dia chegaria. Depois de tudo que aconteceu, eu pensei que Luan não quisesse mais tentar, não quisesse mais se relacionar comigo. Mas, contra todas as minhas expectativas, ele mostrou que não só é capaz de amar como, também, de perdoar. E foi isso que eu fiz questão que ele soubesse quando falei os meus votos. 


- (...) Você disse nos seus votos que eu te ensinei a amar, que eu consegui te fazer voltar a sentir o amor. Mas a verdade é que foi você que me ensinou a amar e o que é o amor. Você é que me mostrou que quando há amor, devemos dar uma segunda chance, mesmo que a pessoa não mereça. Você me mostrou que amor é ir contra todas as desilusões e fazer novas e boas memórias. Você me mostrou que quando o amor é forte e verdadeiro, não há nada que o impeça de ser vivido. Mas tudo isso é possível, quando outro sentimento se une ao amor. Estou falando do perdão. Você perdoou todos os meus erros, todo o mal que eu levei para a sua vida. Essa foi a sua maior prova de amor. - suspirei enquanto o encarava com um sorriso de canto - Isso mostrou a pessoa maravilhosa que você é. Capaz de perdoar, capaz de esquecer tudo e recomeçar. Você é um ser humano raro e eu sou uma sortuda por te ter na minha vida. Por muito tempo eu me puni pelo que te fiz, por te ter machucado tanto. Mas na hora que você me perdoou, eu consegui me perdoar a mim mesma. E acho que não há nada mais bonito do que o amor e o perdão. Por isso, obrigada por me ensinar a perdoar e, principalmente, obrigada por me ensinar a amar. Eu te amo e sempre te amarei. 
- Eu amo muito mais, você e o nosso filho. O maior presente que alguém me poderia dar.
- Em alguns meses, te darei outro. - sorri emocionada e acariciei a minha barriga. 
- Não, não pode ser. - riu com os olhos brilhando e se ajoelhou na minha frente para beijar e abraçar o meu ventre. - Eu já te amo. - sussurrou e a igreja foi ao rubro pelo momento. 


Júlia nasceu alguns meses depois e só trouxe ainda mais felicidade para a nossa família. Eu tinha apenas 23 anos, era cedo, claro que era, mas uma coisa que aprendi, é que nunca é cedo para o amor. 
Nunca é cedo demais para viver uma história de amor. Nunca é cedo para aprendermos a reconhecer os nossos erros e buscarmos o perdão. Nunca é cedo para recomeçar o que quer que seja. Estamos sempre a tempo de sermos felizes. Eu estava vivendo o meu conto de fadas, porque reconheci que estava errada, mesmo que tarde, mas fui a tempo de me redimir e de ser perdoada. Recomecei uma história mal começada, mas que teria uma duração e um final feliz. 
Há coisas na vida que não têm explicação, apenas têm de ser. O meu encontro com o Luan foi uma dessas situações inexplicáveis. Mas tinha de acontecer. Por vezes nos preocupamos tanto em fazer planos e segui-los à risca, que nos esquecemos que a vida nos surpreende e que nos dá planos muito melhores para viver, apenas temos de estar abertos a isso e aceitar de coração tudo que a vida nos oferece. Eu tentei seguir um plano e a vida ameaçou me tirar a pessoa que eu mais amava. Então me deixei levar pelas coisas boas que a vida tinha para mim, e tudo aconteceu naturalmente, como tinha de ser. Não vale a pena nos cobrarmos por algo que deu errado, porque o que for pra ser, será, e pode ser muito melhor. 


******


Desculpem-me por esse epílogo horrível, a meu ver kkkk, mas estou sem inspiração e vontade para nada. Apenas quero terminar essa história rapidamente. Amanhã, em princípio, sai o ou os capítulos pela visão da Alexa, então aguardem por isso. 
No último capítulo, já me pediram para escrever outra história do Luan e a minha resposta é NÃO. Esta fanfic já foi escrita porque me pediram, mas a minha ideia era parar. Só a fiz para me despedir. Não adianta pedirem outra, ou continuação de outras, porque não terá. Não digo que nunca irei voltar a escrever outra fanfic, mas por agora não quero, nem sinto que seria algo de jeito. Normalmente quando termino uma fanfic, já tenho mil ideias fervilhando para uma nova, mas agora não tenho nenhuma. Então não vou forçar. Quero fazer uma pausa, porque parecendo que não, uma fanfic cansa bastante não só fisicamente mas, principalmente, mentalmente. Peço que respeitem essa decisão! 

Obrigada a todos vocês que leram e que comentaram. Isso significa muito para mim. Estarei sempre disponível para conversar e para tudo o que vocês precisarem. Um enorme beijo, até uma próxima <3 

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